ESPERANDO SOB A LUZ
A carne recobre sua frieza
e os ultrajes lhe completam,
a fachada, as curvas...
Os fatos não aparentam.
Num dia inútil de silêncio
verá o que mais lhe afeta,
viverá cada ato aos pedaços.
Afora isso,
e minhas chances
em cada por menor superado?
Aperta-me o peito,
aperta-me contra teu peito,
vem de encontro...
Minhas garrafas morrem,
vazio penso em teu sexo;
ali dediquei cada falta de nexo
em teus quadris ossudos...
Dos meus frágeis passos,
dos meus escassos compassos
reservei com dó de cretino
meus poemas descartáveis,
aqueles que só serviam pra enrolar...
Decidir então enviar-lhe sem carinho,
cada um deles,um a um,
só pra testar
se você gostava,
se você gostava menos de mim,
ou dos poemas que te mandava...
Luciano Fraga
25 comentários:
Belo poema, Luciano, forte e ousado. Abraço!
Luciano!
Acho que não precisava de teste. Quem não se desarma com um poema?
Beijos, poeta!
Mirze
Fraga este poema é por demais rico e em si mesmo ele carrega os outros e denuncia os poemas descartaveis, como aqueles feitos pelos poetas mortos e ainda não enterrados que desafogam sacos e amarram na verdade, o cheiro do inventado impregnando a vergonha de uma cor, já desbotada mas ainda vermelha ou quase rosa e expulsam do coração qualquer aperto além do medo e da impoetencia. Como os poetas das casas de cultura, poetas bandidos mas lado a lado com o mediocre com a morte nos valores tristes dos que apenas passam a mão no dinheiro publico, como o pt e seus poetas especialistas em fazerem sumir dinheiros em cofres alheios.
Fraga uma carta de amor onde a vida saltita do quase escuro para o quase claro..
Caro fraga o poema exala verdades gritadas em sussuros atonitos e bebados onde o que importa não é o amar mas antes de tudo a dimensão deste não amor.
A poesia desfila dores, impressões e desejos vitorias, vontades submissas e por ai vai o trem pela contra mão, mas saber ler é saber escrever e é saber berrar.Este poema caro fraga é um bomba que ao explodir deixa nu toda a canalha.
"esperar infinitamente como se disso dependesse a própria vida, é a verdadeira espera, em carne viva, acredito eu..." belo poema, bravissimo!
Adoro esse vazio existencial nas pinturas do Hooper.
Poema e pintura se encaixaram perfeitamente bem.
Buenas!
P.S: Faz frio aqui em Sampa; beberei um vinho para acalorar a alma e distrair o frio.
;)
Zina,suas palavras tem o peso de chumbo mas leves como nuvens, de valor! Abraço.
Mirse amiga, um poema toca na alma mais incrédula, um poema transforma. Não sei este, rs. Grande abraço.
Muito bom o poema, mestre Luciano.
Eu por outro lado não envio poemas. Talvez porque eles não existam mais.
Forte abraço!
Olá Luciano,
Embora as palavras precisem ser usadas de forma correta para serem bem interpretadas e eficaz.
O poder do silêncio é,talvez,muito
maior do que a força que elas possam ter.
Talvez,os poemas mandados,não dizem
tanto e muitas vezes não diz nada ou muito pouco significa.
Até mais,
Abraço,
Ana Lgo.
Querido poeta, tenho tido pouco tempo pra ler os blogs, minha mãe doente, muito trabalho, cansaço, faltade inspiração, sei lá. Mas é uma delícia entrar aqui e ler esse poema maravilhoso. Isso vale a pena. Beijo
Estou te aguardando,sou igual aqueles "burrus brabos"muito difícil de domar,só saio depois....vc sabe muito bem.
Um abraço cainhoso.
Querida Adriana, foi feito um comentário(excluido) agressivo, por um elemento chamado "luis mineiro", o qual desconheço, com agressões à sua pessoa, não sei se vc chegou a ler, peço-lhes desculpas ao tempo que repudio atitudes dessa natureza em qualquer blog, sobretudo contra amigos e pessoas de nossa consideração, beijo.
Ana,a genialidade musical e fenômeno nacional Luan Santana já disse numa das letras: "um toque vale mais que poesia" quer coisa maior e melhor que isso,vou dizer que?
Êta...captei!
PS: é no e-mail,"amore"..entende?
Ana, ainda bem que entendeu o lado irônico da coisa... Detesto a qualidade do som e letras do Luan Santana.Abraço.
Zana,a suja carne espera, sempre espera uma nova história pra contar, tão desastrosa como a cereja num bolo... Abraço.
Buenas, deu vontade de bater uma dose de um seco,mas infelizmente não estou podendo amigo, abraço.
caro Mister, alguns se perdem mesmo...Abraço.
Braga,como diria o velho Gullar: "ah quem me dera um poema podre", para avançar contra a canalhada que insiste em nos rondar, política e socialmente ou religiosamente como um velho passado reacionário que quer "confundir-se com a eternidade", abraço.
...a medonha
constatação
da fragilidade...
abç
Não se preocupe, poeta! Ele também escreveu no meu blog! O que importa é o que escrevemos, os seus poemas, a nossa história,
Beijão.
Bela imagem,combinando com o forte e belo poema!Parabéns.
Guru amigo, medonha mesmo, tal um cristal barato, abraço.
Adriana, infelizmente ainda tem pessoas com disponibilidade de tempo pra estas ocupações.O que importa é o que você já disse, beijo.
Márcio, feliz com seu retorno a este mundo que sempre te aguardou, você é um artista cara, então não para. Abraço.
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