terça-feira, agosto 14, 2012

NAS ÁGUAS MAIS ESCURAS DO PARAGUAÇÚ


No estreito das passagens, 
no fundo dos extintos
e no erro das grandezas
é onde os deuses  renascem...
O cansaço que extenua,
o silêncio de isopor
e o corpo do tumor
acusa fome, 
como o pólen 
que não tem nome
também quer minha carne.
Como o tédio que assedia
em preto e branco
no arbítrio de Beethoven.
Mas o desejo que deflagro
é uma drágea 
prol fim de mundo
que engulo com um travo
com as águas de passagem 
da ponte Pedro Segundo.

Luciano Fraga

Ponte D. Pedro II- Cachoeira -Ba




3 comentários:

Braga e Poesia disse...

fraga sempre se nasce quando se toma decisões e este poema é um reconhecer de um renascimento, portanto é um retorno que não tem nome mas quer a carne em preto e branco, sem melodias brandas, antes é Beethovem que se ouve das lascas de carne cortadas.

Zana Sampaio disse...

um trago dos teus versos... era exatamente do que estava precisando... "como o tédio que assalta em preto e branco no arbítrio de Beethoven." gostei muito!

Adriana Godoy disse...

Que sinfonia, queridíssimo poeta! Das mais profundas e ternas e tristes. Beijo