NAS ÁGUAS MAIS ESCURAS DO PARAGUAÇÚ
No estreito das passagens,
no fundo dos extintos
e no erro das grandezas
é onde os deuses renascem...
O cansaço que extenua,
o silêncio de isopor
e o corpo do tumor
acusa fome,
como o pólen
que não tem nome
também quer minha carne.
Como o tédio que assedia
em preto e branco
no arbítrio de Beethoven.
Mas o desejo que deflagro
é uma drágea
prol fim de mundo
que engulo com um travo
com as águas de passagem
da ponte Pedro Segundo.
Luciano Fraga
Ponte D. Pedro II- Cachoeira -Ba
3 comentários:
fraga sempre se nasce quando se toma decisões e este poema é um reconhecer de um renascimento, portanto é um retorno que não tem nome mas quer a carne em preto e branco, sem melodias brandas, antes é Beethovem que se ouve das lascas de carne cortadas.
um trago dos teus versos... era exatamente do que estava precisando... "como o tédio que assalta em preto e branco no arbítrio de Beethoven." gostei muito!
Que sinfonia, queridíssimo poeta! Das mais profundas e ternas e tristes. Beijo
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