domingo, julho 22, 2012


DO CORPO QUE SE DEVORA


Lembrei-me dos pássaros
e do Sr.  Hitcock...
Famigerado,
este seria
a definição do meu leiaute,
mas  nem sei
o que se passa sob a escuridão
do meu cobertor,
se isso é bom ou ruim
para os meus planos,
pra reforçar a massa cerebral
e preencher o culto dominical
que nutre
e  anestesia!
Deveria mudar
a cor do meu destino
e por osmose omitir 
o cheiro
do eclipse humanóide.
Não é sacrifício saber-se
oculto
nas asas carnívoras
daqueles pássaros,
ao mesmo tempo perceber-se
misturado
entre  sol e chuva
quando vôo
a maldizer-se do dia,
mas que diferença isso faria,
quando tudo se encaminha
pela via das dúvidas
sobre meu telhado.
Ademais,
eu tenho é fome de fados
e de genitálias astrais...


Luciano Fraga

3 comentários:

Adriana Godoy disse...

Os pássaros voam na escuridão, as genitálias no chão. Não sei por que escrevi isso, mas o que quero dizer, poeta querido, é que gostei demais do poema. Beijo

Rounds disse...

Detonou!

Buenas.

Zinaldo Velame disse...

Muito bom, Luciano, sempre certeiro. Passo sempre por aqui para me deliciar com as suas palavras. Abraço, parceiro!