domingo, janeiro 09, 2011

Fotografia- Douglas Vieira- 2010

URGÊNCIAS EM VOLTA DE...


Que não sou

e não sei de nada,

não preciso provar

pra mim,

é fato.

É bom saber,

enquanto permanecer

a vontade de querer ser,

ao menos no íntimo,

você não é...

E não sendo,

melhor deixar evanescer

esse desejo.

O ser deve permanecer

implícito em si

antes de aparecer,

ou jamais

alguém será...

Esse é o meu descabido (?)

encalço mítico,

transcendental...


PS. para o amigo Devir e nosso antigo espelho!


Luciano Fraga

15 comentários:

Douglas Vieira disse...

Tenho certeza de que o Mestre Devir, irá ficar feliz com tal homenagem. Muito bom Luciano.

Luciano Fraga disse...

Caro Mister, não sei se será do agrado do nosso grande Devir(foi de coração), mas o espelho sempre nos intrigou, inclusive o quebrado...Rs. Abraço.

Douglas Vieira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Douglas Vieira disse...

Somos a contra prova do espelho. Sobretudo se pensarmos em sua cor.

Unknown disse...

Luciano!

Embora não seja para todos o recado, achei linda a poesia e sua construção!

Parabéns, amigão!

Beijos

Mirze

Unknown disse...

Olá Luciano,

Espelho,é como um fundo falço...
serve pra todos aqueles que pensam
que podem se esconder diante "dele'
Ele só mostra o que vc quer ver.

Legal esse poema.

abraço,

Ana Lgo.

Braga e Poesia disse...

o que eu não sou olha o meu olhar pro o que eu nem sei se sou, e como um espelho pode devir um certo re-generar no ainda nem gerado e nesse fogo quase fatuo mornas afições dançam sensualidades e sofrimentos. O que sou nem deveria falar muito menos permitir, pois sou o ainda não existido ou sou a palida imagem de um passado?
toda gama de necessidades formadas em torno de um eu sem auto conhecimento pode nem ser necessidades, antes covardias incrustada como a carne em minha unha e meus pesadelos lentamente se afirmam e definem esse não eu que eu nem sei que sou e mais que isso que eu luto desesperadamente pra nem ser qualquer eu.
eu afinal nem penso que sou, pois se pensasse não seria e enquanto eu trancorridos antes de me perceber e me chamar eu.
Quem afinal era esse eu de antes de mim e como pude saber que eu era eu e não um outro a me olhar de dentro de mim

Luciano Fraga disse...

Braga, outro dia fiz uma caminhada e durante o trajeto fiquei me questionando, quem eu havia levado comigo. então é um drama que vivemos, essa dualidade de eu e outro e dentro dessa falta de unicidade nescem os impasses e as aflições. Abraço em nome do livro...

Luciano Fraga disse...

Ana, as vezes o espelho também serve para nos ajudar a olhar para trás, lógico que poderemos ver o que não queremos, abraço.

Luciano Fraga disse...

Mirse amiga, é assim, nem todos cabem em determinados contextos, eu sempre digo que o problema nunca será do espelho.Forte abraço

Zinaldo Velame disse...

Belo poema e grande homenagem, Luciano! As palavras têm um ritmo muito interessante, dá para ler dividindo e imaginando uma canção. O CD está quase pronto, a capa já está em minhas mãos e alguns CDs, estou ajustando as coisas, abraço!

Marcia Barbieri disse...

Luciano fiquei muito feliz que recebeu o livro. Obrigada pela divulgação, em breve quero lançá-lo sem os erros. Peço desculpas pelas falhas, mas foi de coração.

beijos

Luciano Fraga disse...

Zina, aguardo com ansiedade o dia D! Quanto ao poema fique à vontade, como sempre, abraço.

Luciano Fraga disse...

Márcia, o prazer foi todo meu. Adorei verdaddeiramente seu livro.Quanto aos erros, ocorrem de qualquer jeito nas gráficas,quase nem observei, mas foi assim com o meu também, o que importa é o conteúdo.Sucesso, beijo terno.

Devir antes dos nomes disse...

De qualquer fora ou forma, agradeço; o que não me agradaria se o reflexo fosse enclausurado apenas ao aparente.

Ou fosse de qualquer dentro!!!

A imagem é excelente, o ser outro visto e vendo no retrô, compõe a medida exata para a qual a atenção e a ausência sentida se realiza.

Muito comum o fato d'onde todo espelho se fixa não ser relevante.

É fato também que jamais houve e nem ouvimos desejos, talvez uma tentativa frustrante para haver sentimentos; razão que me diz nada as cores nas paredes.

Jamais lavaria minhas maõs, e não me arrependo das confusões entre palhaço e professora.

Tenho ternura, e muita ainda, pela senhora que detém aos "marginais" fora de suas 4 paredes e se banha em suor; febre óbvia que se cura aos dentes.

E também muita água na boca pela menina que ama trombadinhas.

Voce, sem venenos nem palavras metafísicas... Sampa se decola!

Aqui, é só degola e eu te entendo.