QUEM ME CHAMA
"Circum-soando o bronze
das armaduras fagulha.Homens encarniçados.Devoradores de carne...As lanças afundam elmos..."
Assim em gotas
decomponho-me
em hálias
e antes de transformar
agonias
em águas perseguidas,
minha alegria
é samurai
que se esvai em gulas
de mente sã
depois de desferido
o golpe hachuriado
de aríete
contra o tempo
luminescente
que expirou...
Luciano Fraga
32 comentários:
Um drinque vermelho... Ambiente meio byroniano amalandrado...
Bom!
o tempo sempre expirou pra gente.
fraga um poema que revela o atonito que há no viver.
na verdade fraga pra mim a minha tragedia foi nascer, tava tudo tão perfeito lá naquela barriga.
Sensacional!!!
A grande e luminosa poesia
se palavras como livre arbítrio
fossem tão ilógicas
como o relacionamento das pessoas
tínhamos a certeza
felicidade e paz
seria mesmo utopia
e um poema
como este, Luciano
faria a existência
a bênção
do eterno retorno.
"samurai
que se esvai em gulas
de mente sã"
Convido a todos
para apreciar
post atual, no devir
se de repente
"samurai"
fosse normal
Grande abraço
como chuva
pratico descer aos montes
e antes de qualquer sol
agonizo em areias raras
sim, sou assim
e quando a alegria ocupa os mundos
sou tão sozinho nesta lua repleta de convidados
que carrego a espada mais afiada
e cutuco o beijo no silencio de uma estrela caducada
como vento carrego folhas ao acaso
e seco desminto toda beleza
que teima me sobrevoar
pois beleza
já perdi todos os seus sentidos
e nem espero sua oca bondade
e te deixando cair
sinto o golpe desferido em minha tenue humanidade
ronaldo braga
Olá Luciano, O tempo...corro contra o tempo,
o vento que sopra meu rosto...
o que sou??
aonde vou??
quem mim deras de ter a resposta?
O tempo...e o lugar que ainda po-
demos oculpar no mundo,mesmo que o
mundo não nos queira nele...ele
gira e gira sem pará..é isso aí.
É o tempo Luciano,
Abçs..
Ana lag.
PS: manda ver Samurai!!!(rsrs)
Belo poema, Luciano!
Em gotas, em agonias e alegrias de samurai.
O tempo expira....
Amei!
Beijos
Mirse
Prosa Patética
Nunca fui de ter inveja, mas de uns tempos pra cá tenho tido.
As mãos dadas dos amantes tem me tirado o sono.
Ontem, desejei com toda força ser a moça do supermercado.
Aquela que fala do namorado com tanta ternura.
Mesmo das brigas ando tendo inveja.
Meu vizinho gritando com a mulher, na casa cheia de crianças,
sempre querendo, querendo.
Me disseram que solidão é sina e é pra sempre.
Confesso que gosto do espaço que é ser sozinho.
Essa extensão, largura, páramo, planura, planície, região.
No entanto, a soma das horas acorda sempre a lembrança
do hálito quente do outro. A voz, o viço.
Hoje andei como louca, quis gritar com a solidão,
expulsar de mim essa Nossa senhora ciumenta.
Madona sedenta de versos. Mas tive medo.
Medo de que ao sair levasse a imensidão onde me deito.
Ausência de espelhos que dissolve a falta, a fraqueza, a preguiça.
E me faz vento, pedra, desembocadura, abotoadura e silêncio.
Tive medo de perder o estado de verso e vácuo,
onde tudo é grave e único. E me mantive quieta e muda.
E mais do que nunca tive inveja.
Invejei quem tem vida reta, quem não é poeta
nem pensa essas coisas. Quem simplesmente ama e é amado.
E lê jornal domingo. Come pudim de leite e doce de abóbora.
A mulher que engravida porque gosta de criança.
Pra mim tudo encerra a gravidade prolixa das palavras: madrugada, mãe, ônibus, olhos, desabrocham em camadas de sentido,
e ressoam como gongos ou sinos de igreja em meus ouvidos.
Escorro entre palavras, como quem navega um barco sem remo.
Um fluxo de líquidos. Um côncavo silêncio.
Clarice diz, que sua função é cuidar do mundo.
E eu, que não sou Clarice nem nada, fui mal forjada,
não tenho bons modos nem berço.
Que escrevo num tempo onde tudo já foi falado, cantado, escrito.
O que o silêncio pode me dizer que já não tenha sido dito?
Eu, cuja única função é lavar palavra suja,
nesse fim de século sem certeza?
Eu quero que a solidão me esqueça.
Viviane Mosé
Ei, meu querido poeta. Volto e encontro você decomposto em versos tão belos e fortes. É o primeiro blog de poemas que entro e tenho essa grata surpresa. Saudades e depois venho com mais calma para apreciar os outros poemas. Beijo.
querido ,lu! vc logrou mais um fantástico poema! E assim ... tentam nos agarrar ,mas somos como água .passamos pelos dedos ,descendomos da agonia ,desfazendo sanidade ,definindo filosofia samurai em grande estilo!
belo!
beijokas, Anita.
Bardo amigo, tão vermelho,talvez quanto meus olhos...Abraço.
Braga, muitos de nós gostaríamos de não ter vindo, de não ter visto...Mas estamos aqui e vendo tudo ao redor a doer, abraço.
Caro amigo Devir,dignidade e honra,símbolos de um iluminado Samurai,abraço.
Braga, poesia com poesia se paga,belo texto, em tempos de desastres, tênue humanidade,cabe como uma luva,abraço.
ana, a marcha do tempo é inexorável,inútil correr contra.Abraço.
Mirse amigo," um novo tempo sempre se inaugura a cada instante..."E assim nada, absolutamente nada é...Grande abraço.
Caro amigo Devir,um brinde a essa maravilha de texto,a "solidão é fera, a solidão devora" a solidão é uma pequena porção de poente num acidente geográfico, abraço.
Adriana querida, saudades da sua bela presença e muita honra tê-la de volta,retomemos a jornada, felicidades, beijo.
PS Jornal sendo finalizado, assim que tiver te envio.
Anita querida,luminescente a sua presença, sempre, beijo.
Golpe certeiro...
tb gosto de L.Freud
aqui são dois L.F.
;)
Abraço.
caramba luciano!...que texto!
agonias...alegria...sanidade
...samurai...sa-mu-rai!
ah...o tempo!...expira pra cada um!
abraço forte
taniamariza
Ruela amigo,é o tempo, infalível, conheci o L. F. (como você disse da coincidência), através do amigo Nelson, ele é demais mesmo, abraço.
Tania minha amiga, todas as nosssas experiências tem vínculos com o tempo e nenhuma é absolutamente atemporal,mas brigamos com ele, queremos atrasá-lo,ou achamos que certos momentos são eternidade, mas ele permanece no seu ritmo inalterado,sempre, forte abraço.
...expirara
meu cumpadi!!!
abraço
Grande poesia, amigo. Sendo assim, nossos pensamentos levianos nos abandonam... mas retornam no fim. talvez seja.
grande abraço.
O tempo, como sempre, um desafio misterioso e atroz.
Intensos signos em teu poema, querido!
Abração!
Se tu falas muitas palavras sutis
E gostas de senhas, sussurros, ardis
A lei tem ouvidos pra te delatar
Nas pedras do teu próprio lar
Se trazes no bolso a contravenção
Muambas, baganas e nem um tostão
A lei te vigia, bandido infeliz
Com seus olhos de raio X
Se vives nas sombras, frequentas porões
Se tramas assaltos ou revoluções
A lei te procura amanhã de manhã
Com seu faro de dobermam
E se definitivamente a sociedade
só te tem desprezo e horror
E mesmo nas galeras
és nocivo, és um estorvo, és um tumor
a lei fecha o livro, te pregam na cruz
depois chamam os urubus
Se pensas que burlas as normas penais
Insuflas, agitas e gritas demais
A lei logo vai de abraçar, infrator
Com seus braços de estivador
Né, cara?
Cada vez me sinto mais encantado pelo valor sagrado da palavra! Como é bom ler boa poesia.
Um abraço,
Samuel Pimenta.
Guru amigo, com toda certeza e quem viver verá, abraço.
Vinicius amigo, eles sempre nos rondarão, apesar do tempo, abraço.
Fabrício amigo,ouço uma grande voz, a voz do mestre, obrigado.
Devir amigo, essa aí gastei bastante na voz do Zé Ramalho, fabulosa, a lei...Grande abraço.
Samuel amigo, com certeza e como faz bem, também.Obrigado, grande abraço.
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