Na segunda edição do livro Arthur Rimbaud-Prosa poética (Uma estadia no inferno, Iluminações, Um coração sob a Sotaima,Os desertos do amor,Prosas evangélicas)traduzido por Ivo Barroso, trás dentre outros fatos interessantes sobre a vida do genial poeta o que um dos maiores conhecedores da obra do autor - Pierre Petitfils, assinala como cinco atos e um epílogo, em torno da gênese, elaboração, catarse, publicação e destruição, seguida de redescoberta desta obra.
Separei aqui uma parte do quarto ato e outra do epílogo.
“Quarto ato: Rimbaud lê o manuscrito para a mãe, que o interroga sobre o significado do texto. A resposta teria sido (segundo Isabelle): “queria dizer o que está dito, literalmente, em todos os sentidos”. Madame Rimbaud,surpreendentemente, aquiesce em adiantar-lhe a soma necessária à edição da obra, confiada aos livreiros Poot& Cie, de Bruxelas.
Rimbaud recebe alguns exemplares de autor, que distribui entre amigos, o de Verlaine recebe a sóbria dedicatória, “A P.Verlaine,A. Rimbaud”.A edição será de 500 exemplares, a serem vendidos a um franco.
Rimbaud vai a Paris para saldar a dívida com o impressor, lá evitado por homens de letras, em conseqüência do “afffaire” com Verlaine, deixa com seu amigo Forain alguns exemplares da obra e regressa a casa, onde em último ato - num acesso de irritação e amargura atira na lareira os exemplares que lhe restam, bem como os rascunhos, manuscritos, notas, reminiscências (sempre de conformidade com depoimento familiar).
Epílogo: a edição original que se julgava destruída nesse auto - de –fé voluntário, é descoberta por acaso, em 1901; pelo advogado belga Leon Losseau, que procurava, nas antigas oficinas gráficasde Jacques Poot, uma tiragem especial da revista La Belgique Judiciaire.Um pacote que acumulara poeira de 28 anos, parcialmente mofado por ter permanecido em local sujeito a goteiras, continha 500 exemplares da obra, cuja fatura Rimbaud não havia pago, 75 exemplares foram queimados, os restantes, adquiridos por Losseau que, somente em 1914, revelou sua descoberta, deitando por terra a versão do “auto fé”.
22 comentários:
Apesar do mofo, ainda bem que o cara achou esse tesouro. Assim podemos viajar direto pro inferno atordoante de Rimbaud. Eu tinha um exemplar antigo desse livro, não sei onde foi parar. Vou procurar. Obrigada pela lembrança. beijo, poeta querido.
Rimbaud é um desses poetas únicos: onde obra e pessoa são praticamente a mesma coisa.
como um bom libriano que acreditava no seu impulso muito mais que nas consequências...(e eu como libriana sei muito bem disso)(rs).
Beijos lu.
Anita.
Tania, a natureza é sábia,doces, amargos, azedos...Abraço.
d. luchiano,
rimbaud é o maior de todos.
tô na cidade das sombras. nos veremos em turíbio?
buenas!
Interessantes os fatos.
Só resta ler agora.
até mais.
Jota Cê
É...admirado Devir,você acertou em cheio!!(rsrs)
Abrçosss.
O Rimbaud manda ver mesmo,já tinha lido algunhos artigos dele durante o periodo escolar(Escola Objetivo Academico)fiz trabalho..etc.
"Que bom lembrar Luciano"...abçsss.
Ana Lago!!!!!!!
Que bom, Luciano!
O amor ao livro, e a seus dados fazem de nossa história mais rica.
E um "RMBAUD"!!!!!
Ainda bem que existe pelo menos um exemplar!
Forte abraço
Mirse
Rimbaud é execelente.
Abraço
Rimbaud sempre foi um dos meus preferidos.
Legal saber mais assim dele...
Adriana, pois minha querida, trate de achar pois Rimbaud merece todas as cabeceiras, beijo.
Anita, poi parece que foi num desses impulsos que ele largou tudo(ainda muito jovem) e nunca mais escreveu, mas o que ficou é clássico, beijo.
Buenas, não temos dúvidas disso é o topo mesmo, abraço.
Bardo amigo, sinceramente também não sabia disso, interessante mesmo, abraço.
Rebeca e Jotacê, imediatamente, Rimbaud faz-se urgente, pra ontem, abração,paz.
Ana,muito raro nas escolas trabalhos sobre Rimbaud e outros do gênero, parabéns ao atento professor que indicou a pesquisa,deve ter sido um dinossauro, abraço.
Mirse,não sei se considero uma dádiva ou um milagre, mas fomos presenteados com brilhante obra, abraço.
Daniel, muito certo, Rimbaud, sem comentários não é? Abraço.
Amigo Siegrfried, vamos dizer assim nosso preferido, forte abraço.
ah,luciano! que delícia...sempre lembrando dos amigos ,e dividindo o que aprecia!
relembrar rimbaud ...é voltar na história,que, o dia a dia ,nos impede de degustar.realmente ,ddlphoum ser especial,precoce, em tudo.
vou ,sim buscar + um pouquinho dêle.
abrçs ... e, bons frutos, para você!
taniamariza
ha,ha,ha! errata de maluco!
digitei a senha do coment...e ela foi parar no comentário!
ddlphoum.....leia-se..."um ser especial"
taniamariza
Tania, Rimbaud além da precocidae, a genialidade, indispensável.Como dizia Raul Seixas:"quando acabar o maluco sou eu..." (rs), acontece mesmo,obrigado, forte abraço.
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