RUMOS
Tomo um trago
entre lampejos,
como um galo triste
no universo rotundo
de um semideus...
Sou meu próprio
adversário.
Eu sei,
cada qual no seu mundo,
o meu está espalhado
nos restos mortais
de um orgasmo,
fincado
em maus lençóis.
Faço planos
para devastar
minha plantação
de solidão.
Chuvas torrenciais,
seguidas com sol
de rachar,
subo e desço escadas,
deixo uma parte de mim,
depois volto para apanhar
a outra parte
que agora sente o cheiro
de jasmim
de alguém que parte
enquanto mato o tempo
na plataforma A
esperando o riso
e o rumo de quem
não foi e nunca virá,
mas espero, espero
como um passageiro...
Luciano Fraga
Tomo um trago
entre lampejos,
como um galo triste
no universo rotundo
de um semideus...
Sou meu próprio
adversário.
Eu sei,
cada qual no seu mundo,
o meu está espalhado
nos restos mortais
de um orgasmo,
fincado
em maus lençóis.
Faço planos
para devastar
minha plantação
de solidão.
Chuvas torrenciais,
seguidas com sol
de rachar,
subo e desço escadas,
deixo uma parte de mim,
depois volto para apanhar
a outra parte
que agora sente o cheiro
de jasmim
de alguém que parte
enquanto mato o tempo
na plataforma A
esperando o riso
e o rumo de quem
não foi e nunca virá,
mas espero, espero
como um passageiro...
Luciano Fraga
30 comentários:
este é o meu amigo e poeta d. luchiano - o cara que nunca deixa a peteca cair.
tô na cidade das sombras. e você?
buenas!
Foi difícil escolher uma parte, tudo está muito bom.
"Eu sei,
cada qual no seu mundo,
o meu está espalhado
nos restos mortais
de um orgasmo,
fincado
em maus lençóis." mas, gosto dessas imagens...
beijos ternos e realmente você jamais deixa a peteca cair.
Deixo uma parte de mim depois volto para apanhar a outra parte...
Muito feliz,grandioso.
Faço planos
para devastar
minha plantação
de solidão..........
sensível, ótimo!
abraço
Buenas, vamos tentando, segurar tudo, inclusive o juizo...Cheguei hoje na cidade, passa lá, abraço.
Márcia,sempre generosa, obrigado, abração.
Márcio, muito bom mestre, abraço.
Cosmunicando, partindo de você,fico muito satisfeito,obrigado, abraço.
dos maiores mistérios
da vida
este é o menor
a sintonia
passa lá, tem a ver
Caro Devir, a sintonia, a hora certa,"o bang , o cilc do gatilho...".Vou lá sim, grande abraço.
Meu querido poeta, um poema como esse torna a convalescência menos pedregosa. Você surpreende sempre pela qualidade, pela escolha das palavras, pelo trago que toma e que por ora não posso tomar. Um beijão, e é bom saber que você está aí do outro lado.
Luciano às vezes vc acerta e às vezes acerta demais. Este é um daqueles que eu leio e fico com inveja (no bom sentido, se é que isso existe). Pensando, caralho, como um cara escreve isso!!! O que é que eu posso escrever agora?
Tentei. Escrevi um conto. Tá lá no pianista.
Abração Poeta. é orgulho te conhecer.
Separei este trecho, pq foi um nocaute logo de cara, no primeiro round:
como um galo triste
no universo rotundo
de um semideus...
Não sei ainda do que, mas se vc me permitir vou usar como epígrafe de alguma coisa minha.
Dá lincença, Luciano
preciso muito
é quase fisiológico
mas jamais escatológico
loucos não falam bobagens
Pera um pouco
deixa eu acender
um maldito cigarro
malgrado apocalipsy now
e ainda nem a conheço
Sabe, meu caro
eu não gosto de encontrar
amizade em ambiente embassado
quando a pessoa está
mas não está, voce sabe
Voce é um cara legal
opa, deixa ver bem sua cara
se voce não vai ficar assim
voce sabe, gente boa tambem sofre
mas nunca chora de verdade
Uhm, cara de boxeador
puralma selvagem, e poeta!
valente, gostei, taí
vou falar: sua amiga
Adriana, surpreendente
Mais? se liga, meu
Mas é assim, vamo andando
malditas palavras
malgrados desejos
vamo encontrar mais uma
a vida é das grandes mulheres
Adriana, torço fervorosamente para você sair dessa bem rápido e tomar um bom trago, a recíproca é verdadeira, a vida sempre nos proporciona estes bons encontros,abração.
Daniel, muito obrigado pelas palavras, vindas de você,tornam-se mais que um incentivo para seguir tentando.Amigo, já li seu emocionante texto.Use e abuse do que quiser, será um prazer, abraço.
Devir, os loucos estão acima da razão dentro deste apocalipse,se ligue pois está quase soando o gongo para o último round e eu já estou com a cara na lona, você ainda suporta mais um golpe de direita? Abraço.
rumo ao caminho do caos da boa comografia de existir...tão belo teu poema....tão desnorteador...
A Espera nunca é em vão, sempre leva a algum lugar, nem que seja à poesia.
Zana, pois é, nós somos apenas passageiros, ou mensageiros, quem sabe?Abraço.
Amigo Herculano, espero algum dia chegar lá, grande abraço.
Dizia o filosofo Lennox Claudius Lewis que
jamais devemos fazer tal pergunta:
"você ainda suporta mais um golpe de direita?".
Mas, trocando a lona pela contradição, fê-la durante a disputa
de unificação do título mundial.
Em tempo, a filosofia, tanto quanto a poesia,
tem sempre um aperto de mãos
para salvar qualquer situação.
E me deixou feliz, seja bem vindo,
agora voce é de casa.
Os poemas de Luciano parecem pulsar em suas veias. Muito lindo!
Demais, Luciano! Parabéns pelo belo trabalho literário que vem fazendo, isso nos enche de orgulho. Bola pra frente, sempre. Abraço!
Um poema que, de tão forte, dá vontade de dizer gritando, correndo, gozando, chorando. Um poema bom de ler, assim. Parabéns.
somos nossos mais fortes adversários de nós mesmos.
fraga estou vendo que o livro segundo vai chamar o primeiro de criança, sua poesia amdurece, se estrutura e cresce como os poetas maiores, seu nome na poesia será sinonimo de póesia.
o ritmo, a melodia, e mais que tudo a estetica. exala de seus poemas, espinhos, rosas, vida, morte e mais que tudo exala dos seus poemas uma tristeza vigorosa, não abatida, de quem sabe que viver é penoso mais é preciso sofrer de cabeça erquida.
parabens para mim que sei ler os seus escritos.
Muitas vezes se faz pactos com a farsa para não ter que encarar a nossa condição natural que é ser intrinsicamente só. A uma parte de nós que se perde, e quiçá não há resgate tal qual um neurônio.
Belo poema, não só no sentido estético, mas pela profundidade da mensagem que é de puro auto-conhecimento.
Beiojo grande.
Braga, muitas vezes nos conduzimos de forma consciente para certos abismos, algumas vezes nos arrependemos e corrigimos, outras deixam feridas incuráveis, marcas que nos fazem adversários de nós mesmos e é aí onde se dá a luta entre o Eu e Eu.Grande abraço.
Cecília, então aproveita o momento, muito obrigado, abraço.
Biazinha, isto mesmo tentamos criar uma crosta, uma carapaça para nos proteger de ninguém além de nós, mas a coisa tem poderes que irrompem e afloram indiferentes aos nossos desejos mais secretos, beijo .
Zina, obrigado sempre, abraço.
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