Musas, ilustração do livro «Vaga Lumes», Ruela, 2009
“seu sofrimento se assemelhava
ao orgasmo dos anjos...”N. de Oliveira
Desolado,
sigo meu trajeto
pelo azul do calçamento
sem deixar vestígios,
embora meus pequenos
litígios
sejam indeléveis,
não chegam a causar
consternação,
não afligem as estrelas,
não ferem vizinhos
nem acusam igrejas,
sabem-se lá os deuses...
Com quantas pulsações
o riso mortal
avança sobre mim
com outras ânsias?
Jamais creio em mulheres
que deixam de trazer
consigo em sua natureza
um resíduo depravado
de crepúsculo,
um exíguo sinal
de precipício...
Luciano Fraga
“seu sofrimento se assemelhava
ao orgasmo dos anjos...”N. de Oliveira
Desolado,
sigo meu trajeto
pelo azul do calçamento
sem deixar vestígios,
embora meus pequenos
litígios
sejam indeléveis,
não chegam a causar
consternação,
não afligem as estrelas,
não ferem vizinhos
nem acusam igrejas,
sabem-se lá os deuses...
Com quantas pulsações
o riso mortal
avança sobre mim
com outras ânsias?
Jamais creio em mulheres
que deixam de trazer
consigo em sua natureza
um resíduo depravado
de crepúsculo,
um exíguo sinal
de precipício...
Luciano Fraga
31 comentários:
Mais um excelente poema Luciano.
Enviei hoje um livro para a Aquilária do Bar.
Abraço.
P.s. Todos estão gostando.
Valeu Ruela, obrigado, grande abraço.
Um amigo jornalista (Betinho) deverá manter contato contigo, elogiou muito suas ilustrações(por sinal,nada novo),passei teu email ok?
"Jamais creio em mulheres
que deixam de trazer
consigo em sua natureza
um resíduo depravado
de crepúsculo,
um exíguo sinal
de precipício..." Luciano, acho que você tem toda razão, sábias e poéticas palavras. Esse poema induz a pensamentos especiais, tem uma carga pesada, mas escrito de forma leve. Lindíssimo. A cada um , mais confirma a minha admiração pelo que escreve e pelo que é. Beijo.
Desolado agora sigo eu por teu poema... sigo numa imagem viva que tuas mãos construiram e numa catarse sem volta eu me perdi...
Belo e sensual poema. Me fez lembrar das mulheres com o resíduo depravado do crepúsculo, que eu conheci.
Obrigado pelo post.
Abraço de arte, Xará.
já tinha lido esse poema antes.
um poema belo e cru. decidido e eleve
..."Jamais creio em mulheres
que deixam de trazer
consigo em sua natureza
um resíduo depravado
de crepúsculo,
um exíguo sinal
de precipício"...
muito bom, cumpadi!!!
é mesmo especial o final de seu poema, de certa forma humaniza e aproxima a imagem da mulher do real em contraste com o ideal.
gostei demais também de "meus pequenos litígios indeléveis"...
muito bom!!
abraços
teu post ja começa me arrepiando os pelos com a frase, e depois tantas belas palavras juntas...
adorei.
bjosss...
Adriana, fiz este poema pensando justamente no lado belo e fatal das mulheres ,admirando aquelas que tem postura e atitude, que jamais são omissas e submissas,que sejam sempre misteriosamente abismais, obrigado, beijo.
Nanda, muito obrigado, abraço.
Zana, muito bom, busca o caminho de volta, às vezes a poesia nos faz voar, abraço.
Caro Luciano(Xará), como são belas as criaturas com tal natureza, obrigado, abraço.
PS.Farei uma visita.
Braga, valeu cidadão muritibano, abraço.
Cosmunicando, com toda certeza, é o equilibrio nos contrastes e nas diferenças, abração.
Guru, você sempre leve, obrigado, abraço.
poesia para os sentidos e o espirito.
Que legal
"a insustentável levesa do ser"
este poema
confirma o mandamento essencial
"não mataras"
E logo agora
nessa madrugada de despedida
de uma mulher
tão leve para o corpo
e tão pesada ao cartão de crédito
Pensei em me afogar
em inúmeros copos de cólera
ou incensar meus olhos
com uma igual porem profissional
mas escolhi a paz das palavras
Aqui estou, melhor e sempre pronto
ainda irredutível ao obscuro
objeto do desejo
e, obviamente, Luciano
inexorável aos desejos
obscuros dos objetos
Saudações
"Jamais creio em mulheres
que deixam de trazer
consigo em sua natureza
um resíduo depravado
de crepúsculo,
um exíguo sinal
de precipício... "
Lindo, mesmo.
Fiquei com a impressão de tb já ter lido antes. É mesmo um baita poema.
Acertando como sempre,
Abraço,
Daniel
O homem real à procura da mulher real!
Belo poema!
Bom fim de semana...bjo!
é no precipício que os cabelos delas voam num bater de asas da sustentação,
belíssimo, fraga!
Devir, poesia ,mandamentos do catecismo e mulheres no cartão de crédito, que miscelânia literária fabulosa, você é um figurão cara, grande abraço.
Paes, sempre muito bem vindo, obrigado , abraço.
Caro amigo Daniel, este poema tá no livro, Vaga Lumes, foi lá que você encontrou, já arrumou o computador, estou sentindo falta dos seus escritos, abraço.
Amiga Branca, hoje em dia tem sido pessoas reais buscando as virtuais e vice versa, não é mesmo?obrigado ,abraço.
Camila," pela sua cabeleira vermelha...Apenas apanhei na beira mar um barco para estação lunar...".
Obrigado Luciano, enviado.
Abraço.
auto-biografia com desfecho sublime.
buenas!
Mais um poema danado! As palavras estão fluindo magicamente da sua cabeça, Luciano, como diria um amigo nosso: "É sem limite"! Abraço.
Uma bela homenagem.Oxalá que muitas sintam-se retratadas nesse poema. Essa é a musa deste milênio.
Bat Kiss.
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