EU
Vampiro solitário
Suado no meu espelho
a ermo na imensidão do cranio.
Capta o medo
no cheiro do meu nada
e de minhas horas sem lutas.
vampiros
dos meus cantos,
dobras,
perdas
e gritos.
É noite
e nas
minhas estranhas horas
no meu espelho
os gelados sorrisos voam.
Ronaldo Braga
18 comentários:
quem somos nós além de nossas impotencias
Braga, somos apenas uma idéia que solidificamos, abraço.
Belo poema para dizer do Eu que existe em todos nós. Ronaldo é sempre certeiro.
beijos ternos
O Vampiro tem aquele lado de sombra, solidão, exílio e luta sempre para vencer a impotência das constatações, é o reverso da auto-estima.
Bat Kiss.
PS: Gostei muito desse poema, assim como gosto de todos os poemas do Ronaldo: são honestos!
Márcia, a velha luta de todos nós,Eu e o Outro, abraço.
Bat_,concordo plenamente.Os Vampiros são eles e o sangue...Os escritos de Braga são verdadeiramente crus e sinistros.Beijo.
o medo pertence aos vampiros e aos vivos. só não sofre quem já morreu, quem não tem sorrisos gelados, nem alegrias possíveis, nem telefones tocando na alma. viver é aprender voar para aprender cair.
beijos,
c.
Camila, um comentário destes dispensa comentários, é um deleite, um conforto...
Comentário acima, uma correção:DESTE.
A marca inconfundível do Ronaldo.
Abraço.
" os gelados sorrisos voam " achei lindo isso aqui. O poema inteiro leva a isso. Muito bom. Beijo.
adriana eu escreve de uma uunica vez, eu na verdade vomito, e tben concordo com vc o poema inteiro leva a isso.
eu não faço correções e nem trabalho o poema, escrevo e pronto
Se vê, pelos comentários, que os vampiros não são arroubos da imaginação, algo comezinho para se autocomparar-se. Mas, a encarnação do conceito, revela-se o mistério.
Por que Deus fez o humano, outro ser vivo que se sabe diferente de um ser morto e, simultaneamente, se sabe indiferente à vida do Outro.
Tambem não é de se estranhar que nós, enquanto vampiros que assumem sua imperfeição, nos desterramos socialmente.
Poeticamente, como posso morrer
ao matar
para sobreviver?
Oi, Luciano! Gostei da resposta do Braga.
Não gosto de fazer isso, mas no "poema dia" tem um poema meu, se der, passa lá, só pra conferir. Bj.
http://poemadia.blogspot.com/
Devir,muitas e muitas vezes morremos, na louca tentativa de sobreviver, ou para mantermos algo vivo, abraço.
Ruela, com certeza, estilo, abraço.
Adriana, vou lá agora mesmo, abraço.
Na permanente luta para que algo ainda fique vivo em nós. Ainda que o alimento seja nós mesmos e precisemos nos matar todos dias. Abraço.
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