sábado, fevereiro 07, 2009

A POESIA DE RONALDO BRAGA


EU



Vampiro solitário

Suado no meu espelho

a ermo na imensidão do cranio.

Capta o medo

no cheiro do meu nada

e de minhas horas sem lutas.

vampiros

dos meus cantos,

dobras,

perdas

e gritos.

É noite

e nas

minhas estranhas horas

no meu espelho

os gelados sorrisos voam.


Ronaldo Braga


18 comentários:

Braga e Poesia disse...

quem somos nós além de nossas impotencias

Luciano Fraga disse...

Braga, somos apenas uma idéia que solidificamos, abraço.

Marcia Barbieri disse...

Belo poema para dizer do Eu que existe em todos nós. Ronaldo é sempre certeiro.


beijos ternos

bat_thrash disse...

O Vampiro tem aquele lado de sombra, solidão, exílio e luta sempre para vencer a impotência das constatações, é o reverso da auto-estima.

Bat Kiss.

PS: Gostei muito desse poema, assim como gosto de todos os poemas do Ronaldo: são honestos!

Luciano Fraga disse...

Márcia, a velha luta de todos nós,Eu e o Outro, abraço.

Luciano Fraga disse...

Bat_,concordo plenamente.Os Vampiros são eles e o sangue...Os escritos de Braga são verdadeiramente crus e sinistros.Beijo.

Anônimo disse...

o medo pertence aos vampiros e aos vivos. só não sofre quem já morreu, quem não tem sorrisos gelados, nem alegrias possíveis, nem telefones tocando na alma. viver é aprender voar para aprender cair.

beijos,

c.

Luciano Fraga disse...

Camila, um comentário destes dispensa comentários, é um deleite, um conforto...

Luciano Fraga disse...

Comentário acima, uma correção:DESTE.

Ruela disse...

A marca inconfundível do Ronaldo.




Abraço.

Adriana Godoy disse...

" os gelados sorrisos voam " achei lindo isso aqui. O poema inteiro leva a isso. Muito bom. Beijo.

Braga e Poesia disse...

adriana eu escreve de uma uunica vez, eu na verdade vomito, e tben concordo com vc o poema inteiro leva a isso.
eu não faço correções e nem trabalho o poema, escrevo e pronto

Devir disse...

Se vê, pelos comentários, que os vampiros não são arroubos da imaginação, algo comezinho para se autocomparar-se. Mas, a encarnação do conceito, revela-se o mistério.
Por que Deus fez o humano, outro ser vivo que se sabe diferente de um ser morto e, simultaneamente, se sabe indiferente à vida do Outro.
Tambem não é de se estranhar que nós, enquanto vampiros que assumem sua imperfeição, nos desterramos socialmente.
Poeticamente, como posso morrer
ao matar
para sobreviver?

Adriana Godoy disse...

Oi, Luciano! Gostei da resposta do Braga.

Não gosto de fazer isso, mas no "poema dia" tem um poema meu, se der, passa lá, só pra conferir. Bj.

http://poemadia.blogspot.com/

Luciano Fraga disse...

Devir,muitas e muitas vezes morremos, na louca tentativa de sobreviver, ou para mantermos algo vivo, abraço.

Luciano Fraga disse...

Ruela, com certeza, estilo, abraço.

Luciano Fraga disse...

Adriana, vou lá agora mesmo, abraço.

Jefferson Bessa disse...

Na permanente luta para que algo ainda fique vivo em nós. Ainda que o alimento seja nós mesmos e precisemos nos matar todos dias. Abraço.