ESTANQUE
Sob juramento,
alimentei com palavras cruzadas
aquele olhar de tristeza
de fera passiva enjaulada
que almejava tolerante
o sangue da sua presa...
Todos sentem orgulho
da minha retidão sonolenta,
de meu manifesto cinzento,
no fundo preferem reafirmar
a fraude,
o desvio consagrado,
encontrar motivação concernente
para arremessar gestos de pesar
dentro da vida molestada
que caminha exangue
em territórios de ressentimentos.
Nada escoa de mim,
confesso,
retirei todos os drenos de santo,
sou paixão desnutrida,
prodigiosamente moribunda
ardendo estanque ao relento...
Luciano Fraga
9 comentários:
Tive que ler várias vezes para entender o significado desse belo e forte poema. E quando entendi, gostei.De verdade.
"retirei todos os drenos de santo,
sou paixão desnutrida,
prodigiosamente moribunda
ardendo estanque ao relento...". Muito bom.
Abraço. Adriana
Adriana, obrigado, abraço.
Restrataste bem a contenção do sentir. confesso que não gostaria de agir com retidão sonolenta.
Fodaço o poema, Lu!
Beijão
Biazinha, grato pela gentileza, beijo.
Eu também tantas vezes tenho me sentido estanque ao relento...
Parabéns pela genialidade de sempre e por traduzir (meus-seus-de todos) os sentimentos do mundo.
beijos sempre ternos
Márcia querida, vindo de você é confortável,revigorante, muito obrigado pela força, beijo.
retirei todos os drenos de santo,
sou paixão desnutrida,
prodigiosamente moribunda
ardendo estanque ao relento...".
adriana disse tudo, um poema pra ser lido mais de uma vez.
Bom demais, Luciano! Concordo com Ronaldo e Adriana, devemos lê-lo várias vezes. Abraço, poeta!
Muito bom, cara.
daniel
Postar um comentário