quinta-feira, setembro 25, 2008

Filhos Raianos, Luís Aguiar




que água é essa que te cobre o ventre, irmão,
e no momento em que as cegonhas pretas trespassam
as montanhas, gritas, ó vago rumor.
que terra levas à boca e proferes o sangue
dos nossos antepassados, as metáforas
nas mãos, o centeio, os livros
amontoados no dorso dos nossos inúmeros
quartos. que risco é esse na tua pele?
que lume é esse que te repousa na asa de um
pássaro, corvo marinho e a sua réstia me leva
de encontro ao cerrar da voz e do olhar da nossa mãe,
com que vimes chicoteias o corpo dos filhos
que um dia teremos, qual a água
que lhes cobrirá as feridas, a última nudez?!

9 comentários:

pianistaboxeador21 disse...

"que risco é esse na tua pele?
que lume é esse que te repousa na asa de um
pássaro, corvo marinho e a sua réstia me leva
de encontro ao cerrar da voz e do olhar da nossa mãe."
Humano hein, cara, demasiadamente humano e bonito.

Desculpe a demora em aparecer luciano, é que tenho trabalhado um bocado ultimamente.

Mande-me o endereço para que eu possa enviar o livro.

Abração,

Daniel

Marcia Barbieri disse...

Imagens perfeitas como de todos os outros poemas que já li aqui. Palavras que adoraria encontrar nas esquinas em que passo e me perco.

Beijos

Lord of Erewhon disse...

É caso para dizer que sem o Ruela a blogosfera seria bem mais cinzenta.

Luciano Fraga disse...

Daniel, sou admirador da poesia do Luis,ainda combinada com a arte de Ruela, tornam-se irresistíveis.

Luciano Fraga disse...

Márcia, obrigado!, Beijo.

Luciano Fraga disse...

Caro lord, é certo, perderia o brilho, abraço.

Ruela disse...

Muito obrigado Luciano...valeu ;)
esta está neste momento numa exposição.

Abraço.


Vida longa.

Luciano Fraga disse...

Ruela, quem agradece sou eu e todos que desfrutam de sua arte, sucesso, abraço.

marcio mc disse...

Nem as águas mais escuras...