sábado, julho 12, 2008


A fotografia de Valéria Simões


DO OUTRO LADO



Não tenho certeza

se eu sou a pessoa certa,

saiba,

o oxigênio ficou raro,

que remédio devo indicar?

Minha dose é letal,

porção única de asma...

A perda da ilusão

leva-te ao pânico...

Você sempre aceita

o destino certo,

a lógica,

o campo de visão limpa,

sinto isto no desespero

da tua risada de hiena,

mistura de agente laranja

com napalm caseiro...

Sempre me ofereceu

o traseiro como resposta,

a minha vida:

é uma eterna aposta

e tem cheiro de carne

na gasolina...

Tem alguém aí fora?


Luciano Fraga

17 comentários:

Braga e Poesia disse...

lá fora pode ter alguém e pode ser o nosso algoz.
os tempos são dificeis, e como dizia brechet vivemos em um tempo que falar de flores é um crime.

Ruela disse...

Publica no Nova Águia ;)


Abraço.

Luciano Fraga disse...

Ronaldo,acho que a vida de caracol,escondido, carregando a própria casa nas costas, deve ser um tanto terrível,mas que lá fora o mundo tá um barril de pólvora com pavio aceso,não podemos negar.

Luciano Fraga disse...

Ruela, já enviei para o Nova Águia, valeu, abraço.

Unknown disse...

Ronaldo,errata,quis dizer caramujos.

Braga e Poesia disse...

é luciano os caracois dão volta em torno de si mesmo então fica caracol

Zinaldo Velame disse...

Belo poema, Luciano. A expressão "napalm caseiro" é um achado. Valeu!

Klatuu o embuçado disse...

Você é um grande poeta, meu Amigo!
Lhe agradeço a publicação de tão excelente poética no blogue da NA.

Um estreito abraço.
P. S. Fui eu quem deu um jeito no aspecto gráfico do seu post - estou responsável pela uniformização do blogue da NA.

Klatuu o embuçado disse...

P. P. S. Convida para lá os irmãos Brasileiros que queira.

Luciano Fraga disse...

Klatuu,valeu pela arrumação e organização texto/imagem.Vou convidar outros amigos,abraço.

cachorro rabugento morto em noite chuvosa disse...

Grande poema Buenas LF. Breve teremos OS VAGALUMES, não é mesmo? Grande abraço.

Luciano Fraga disse...

Buenas,VAGALUMES,este é o projeto,espero a capa,abraço.

Rounds disse...

buenas lf, cuidado sempre com o lado de fora. abs

Anônimo disse...

Belo poema!Gosto muito da sua poesia real e verdadeira. Se precisar de apoio( apoio) cultural para o projeto VAGALUMES, estamos aqui!!!
Giordano Diniz

Luciano Fraga disse...

Muito bom voinho,sua presença aqui é importante,valiosa,fiquei muito alegre neste instante.Soube que você andou por Sampa,manda notícias.Conto com seu apoio,conversaremos,abraço.

Anônimo disse...

estou lendo os seus poemas e gostando muito da sua postura madura diante da vida, mas o maduro em sua poesia não tem cheiro de mofo e sim maduro por estar pronto para a vida, para a relação com a vida no seu pico, com riscos, onde cabe não só derrotas e prazeres, pois em sua poesia não se ver a pobreza do discurso dialetico, que na verdade nada mais é do que um discurso bipolar dando partida para uma outra coisa e que essa coisa bipolar nada mais é que parte de uma mesma moeda a que nega e a que afirma uma realidade dada. O paradigma de sua poesia é outro, é o paradoxo. Que a propria vida indica, paradoxo e não contra ou a favor, a vida não é bipolar, nunca, mesmo quando aparenta ser. isso se conclui de sua poesia.
é facil perceber como certos detalhes de uma ideologia, acaba contaminando toda a vida, vide o discurso moral do pobre.
seus textos póeticos brincam e mudam essa pretensa ideia de mudar o mundo, (um mundo sempre ideal é aquele escolhido pra ser mudado), e você vai justamente nessa ferida, falar desse falso mundo transformado e de um real mundo onde todas as indiferenças são aprofundadas. No mundo concreto, diz sua poesia "eu sou o que sempre vai repetir os mesmos erros" .
a sua poesia é cheia de uma ar denso, um ambiente nada agradavel, mas um ambiente sereno em suas atitudes mesmo quando é de sofrer com uma desconforto diante de uma realidade humana que parece o tempo todo ser nada mais que uma brincadeira de "maugosto".
Sua poesia tem tambem a certeza do bem bom da vida, a beleza dessa vida e a potencia de vida.

Luciano Fraga disse...

Mister la Torre,agradeço por dissecar este cadáver.Sou apenas um saindo da casca do ovo,assustado com o clarão do mundo.