segunda-feira, março 31, 2008

BEIJANDO O FIO- DA – NAVALHA


Eu quero o beijo da madrugada
cantado,
em cortes por mariposas perversas
e o corpo esquálido
da mais feia morte.
Eu quero a denegação
de um em mim mesmo
em sopros suaves na agonia do nascer.
Eu quero o verde-podre
e para sempre me perder nos sulcos, em teu sexo.
E em noites e dias e esperas
eu sou o nada contemplado
em teus olhos violetas.
Há assim
em mim
tua morte,
e a beleza;
tua,
apenas uma ofensa
nas turbulentas festas de Baco.

Ronaldo Braga

Um comentário:

Luciano Fraga disse...

Ronaldo,poesia cortante como navalha na carne,como diamante na pele de vidro,corajosa ,por carregar a morte dentro de si num corpo de mulher.