domingo, dezembro 02, 2012

REGRESSIVO-INFERNO DE UM PAPAI NOEL MALHADO


Placa fria!
Você não precisa ser você mesmo
enquanto a vida seguir
armando suas ciladas;
entre um colapso e outro,
talvez consiga enganá-la;
mas até quando essse teatro?
flores amoladas  lembram-me
os cães descalços
calçando vaidades pornôs.
Desço ao submundo
e lá embaixo, sob o olhar serial
de uma coruja, pareço feliz
e todos os enrustidos saem às ruas,
um espetáculo delicado
de sombras e imundície,
nada chega,
levito impotências dantescas...
Vejo flôres nos açougues,
anjos fodendo aos pés de deuses
que geralmente fogem, fogem,
junto, meu desejo naúfrago
baixa a febre covarde...
Nas noites de natal
apresento minha coleção de punhais
e de malas prontas
tento acertar as contas com o velho,
sem saber o que exatamente penso;
acho, apenas acho
que agora é a vez das fomes antigas,
justo delas,
que eu havia desistido,
de qualquer forma vou tratá-las
com a mesma dose de desdém,
com a mesma farsa de outrora;
estas são minhas breves impresssões
para afagar mais um dezembro
fingido de papai noel...


Luciano Fraga

2 comentários:

Ana Lago disse...

Ola poeta,

Vivemos na ignorancia até entao,reagindo a emoçoes sem ao menos nos darmos conta de que existem dentro de nos.

PS: Palavras doem tanto quanto ferimentos...e doem mesmo. Fique bem.


Att: Ana Lago.

Zana Sampaio disse...
Este comentário foi removido pelo autor.