Nelson Magalhães Filho. ANJOS BALDIOS 2009
http://www.anjobaldio.blogspot.com/
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RESPINGOS
Estou aquém do desprezo,
vazio nas entrelinhas,
um nada atrás do outro
desaguando num monstro
de mal entendido
em dialetos de leite derramado...
Vejo que meus calçados
são finos e macios
para estas pedras
e nem falo dos espinhos
que estão fora de moda.
A minha espinha dorsal
é uma estrada de sanções,
idealizada em nós de retalhos
com estilo infantil,
com um fôlego assombroso
que extravia a cortesia.
Tento conter o ímpeto
destes vagalhões
atuando como um gato
num telhado de vidro,
de onde despacho
a sensibilidade felina,
sem ser um assombrado,
bicho do mato oprimido...
Luciano Fraga
27 comentários:
"Vejo que meus calçados
são finos e macios
para estas pedras
e nem falo dos espinhos
que estão fora de moda"
simplesmente genial essa parte.
generosa inocência,
uma doce desesperança
e auto piedade :o kit que todo anti- herói necessita.(rs)
amei!
beijos pra ti,lu.
Anita Mendes
Deveria eu pedir perdão?
a cidade torpe não merece
não aprende, continua sutil
"pronta para virar geléia"
Desalento, opressão, desespero...angústia - palavras tensas, fortes, traduzidas num perfeito poema.
Que a semana lhe traga muitas alegrias Luciano...bjo.
Luciano, meu querido poeta, esses respingos vieram parar aqui.
"Tento conter o ímpeto
destes vagalhões"
Poema forte demais e difícil de limpar. Esses respingos impregnam, são indeléveis. Lindaço o seu poema. Beijo.
Anita, a necessidade do anti-herói é apenas ser, mesmo que seja com a cara na lona, ainda assim pode enxergar o céu, beijo terno.
Devir, perdão não.Preferível a morte definitiva, que a morte sem salvação.Aquele abraço mestre.
Branca, estas são mesmo as palavras,tenha uma semana sossegada, muito obrigado,abraço.
Adriana, espero que tenha chegado de forma branda, sem machucados e sem machucar,beijo, querida poeta.
Oi Luciano!
Lindo seu poema; Lindo e verdadeiro!
Também estou nessa, mas você leva a vantagem de ser um gato e ter a sensibilidade felina, coisa que os "altos" não tem, nem de saltos!
Beijos, amigo
Mirse
oi,luciano! cada parágrafo...uma pausa. me fez pensar na cautela...
num olhar mais demorado...no andar mais reflexivo...tudo passa! os respingos secam!
abrçs. legal a foto! ... com novo olhar.
taniamariza
ps: obr. por linkar
É bicho esta obra ;)
Abraço.
Luciano,
com certeza, procurar
a salvação definitiva
leva à morte
por obrigação.
Quem se amaria
se sobrevivesse após
ter sido o seu carrasco?
Mirse, seja benvinda lá
onde dor e prazer são
absolutos Ser
sem menor ou maior
sem baixos ou altos
nem sequer tem diferença
se na barriga ou "na lona".
Todos, se não vou distinguir
entre eu e os outros
por que haver distinção
entre altruísmo e
altoastral, entre nós?
Abraços atemporais
"A minha espinha dorsal
é uma estrada de sanções,
idealizada em nós de retalhos
com estilo infantil"
você e sua sempre genialidade!!!
beijos sempre ternos
...uma
espiritualidade
avançada para lhe
dar bem com as emoções
primárias...
é isso aí, cumpadi!
aquele abraço
Buenas, essa pintura dá medo,
grande abraço.
Buenas, num primeiro instante sim,dá medo e um certo pavor, posteriormente, trata-se de um belo olhar sobre a forma desumanizada que o artista vislumbrou acerca das misérias e agruras dos homens,sem ser nada óbvio, grande abraço.
Amiga Mirse nem tanto, no máximo chego próximo a você, abração.
Tania, tudo evapora com estranha efêmeridade, concordo plenamente, abraço.
Ruela,é bicho mesmo, aliás "bichos escrotos",abraço.
Caro Devir, gostei muito da sua questão.Mas quem se amaria submetendo-se a um processo de julgamento para alcançar uma provável salvação? Vamos em frente, grande abraço.
Márcia amiga, grandiosa a sua presença,obrigado, beijo terno.
Guru, você é sábio mestre, por isto Guru...Abração.
gostei muito..."dialeto de leite derramado"
extraviando poesia
idiomáticamente tão cruel...respingou tua alma na minha...rsrs..
abraço forte luciano
Muito bom, Coisa especial! Abraço!
Tento conter o ímpeto
destes vagalhões
atuando como um gato
num telhado de vidro,
caro fraga imagens por demais fortes e ao mesmo tempo belas e frageis.
a poesia pode ser o nosso encontro com inesperado em um cotidiano absurdo.
e como disse o ruela é o bicho.
Luciano, andei meio ausente, correria, sustos e coisas que me tiraram o foco... volto aqui hoje e leio seu poema tão bem construído, com pés de flanela andando em telhado de vidro... e fico fascinada.
Seu fôlego é assombroso sim, mas não contra a cortesia e sim a favor da poesia =)
abraço
Cosmunicando, muito obrigado, fica tranquila, compreendo perfeitamente.Nós sempre seremos a favor dela(poesia), sem nenhum favor...Abração.
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