BURLESCO
Somente revolvendo
as ruínas
podemos tocar
o preponderante
em nós,
as profundezas...
Apalpo meus pântanos
pois perdi as asas,
afundei-me nas entranhas
e sei que não chegarei
a lugar algum,
também não sei
se é bom
ou ruim,
ir ou vir
uma e outra vez,
mas vivo ancorado
na coragem,
na sua carne e osso
pendurado em seu pescoço
diante das contingências
da minha compreensão
que vive descarrilada
numa península carnal
dita humaníssima...
Luciano Fraga
Somente revolvendo
as ruínas
podemos tocar
o preponderante
em nós,
as profundezas...
Apalpo meus pântanos
pois perdi as asas,
afundei-me nas entranhas
e sei que não chegarei
a lugar algum,
também não sei
se é bom
ou ruim,
ir ou vir
uma e outra vez,
mas vivo ancorado
na coragem,
na sua carne e osso
pendurado em seu pescoço
diante das contingências
da minha compreensão
que vive descarrilada
numa península carnal
dita humaníssima...
Luciano Fraga
23 comentários:
bela reflexão do mergulho na própria sombra, muito bom!
abraço
d. luchiano,
reflexão profunda!
estarei em cruz neste fim de semana. beberemos em turíbio?
buenas!
Buenas, infelizmente não vou viajar neste final de semana, sinto muito, "mais uma dose, é claro que eu tô afim, a noite nunca tem fim..." abração.
Amiga cosmunicando, sempre proveitoso o mergulho nas sombras e no escuro de nós, não é? Abraço.
Os pântanos de nós mesmos podem guardar segredos que nos fazem emergir subitamente. Poema lindo esse, Luciano, de ler e reler e cada vez encontrar mais sentidos. Beijo.
Não queria
mas estou sempre
fora do aquário
Meu beijo
nunca atinge a boca
sempre fere a nuca
Meu murro é carinho
e o desdém um afago
incompreensível ao nada
E queria
mas nunca estou
somente à espera
Quando ninguém
inflama minha ausência
apago meu orgulho
*******************************
Continua a mesma lira honesta...
********************************
Chat: como só voce, Luciano
venceu seu asco feito crachá
quando não estamos diante dos olhos
e me concedeu contato rasoável
peço mais uma vez sua visita
coloquei um post mais contundente lá, apareça e comente, preciso
aquele abraço
a quanto tempo nesse pântano, mas ainda lembro das asas que tive e tudo isso me faz rir, a vida é feita de material altamente burlesco. Lindo lindo teu poema!
revolvendo e não remoendo, assim eu vejo este poema, que tem a marca do ver o mundo de luciano.
forte.
abraços
"Apalpo meus pântanos
pois perdi as asas"
isso é caravaggio
belíssimo.
Só me resta dizer, demais! Parece que eu vivo também "ancorado na coragem", demais! Abraço, Luciano.
Adriana, precisamos visitar nossos pântanos e encararmos nossos piores segredos,obrigado, beijo.
Devir,"quando ninguém inflama minha ausência, apago meu orgulho", muito profundo cara, irei lá sim, obrigado , abraço.
Zana,muitas vezes também burlamos a vida e à nós mesmos...Abraço.
Braga, isto é sabedoria, revolver sem remoer, abraço.
Camila, sua opinião pesa, obrigado.
Zina, bom que ainda nos resta a coragem, abração.
Versos e perversos, simultaneos
são sentimentos e pessoas, aqueles
exclusivamente relevantes são
farois e constelações, estes
pervertidos impossíveis criminosos
são sobreviventes da crucificação
Porque não basta ser pai, rss...
para abraçarmos Sua Sabedoria
aquele abraço
Olá a todos,
Venho convidá-los para a exibição do curta-metragem Clemência dentro do Panorama Internacional Coisa de Cinema
Dia 20 de Março às 18hs
No Espaço Unibanco de Cinema Glauber Rocha
localizado na praça Castro Alves, Salvador-BA.
Lindo, tb tento me agarrar ao que resta...espero que valha a pena~.
serei rápida, ainda estou sem computador
beijos ternos
Márcia , obrigado até mesmo pelo esforço, sei o que é ficar sem este equipamento, beijo.
Muito bom,muito bom!
...cumpadi.
Já li,não sei onde,
nem quando e já comentei
também com Marcia,
que escrevemos pra
nos livrar das emoções...
não concordo plenamente
com isso, mas no caso de voces
concordo plenamente.
Catarse...
aquele abraço
Pra penetrar nas profunidades de pântano tem que se ter coragem mesmo. Aunda que se volte, após o retono tudo muda.
Beijos.
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