terça-feira, março 10, 2009



ESCRITA DE MATHEUS VIANNA

CANCER



cortantes inquietudes que iluminam o oco.
na platéia o ser ecoa súplicas enquanto outros caminham fora do
teatro.
caminham em busca de mundos, de outros
planetas, de outras galáxias
impulsionados pelos bytes da grande rede, blogueiam palavras de
vento em popa.
alguns diriam:
- Coitado. Sozinho... Nesse teatro escuro...
reflexões do que dizer, para quem falar, de que forma?
o mais certo talvez seja de fato, qual a minha ilusão?
seguindo a caminhada no tabuleiro, em uma casa indefinida
palavras enviadas por complexos seres
me alavancam para a luta pela quebra da curva da tal
interrogação.
tiro meus sapatos brancos, abandono o cavalo negro e bato em
retirada.
me retiro para o sem
limites, para o sem paredes, para o sem tempo.
para o vácuo.
e inicio a construção da minha ilusão.
olhos brilhantes simulam falsos seres.
teatros secretos encobertos por caos nas almas esvaziadas.
resultado: câncer.


Dedico esse farrapo reflexivo ao amigo Braga.Obrigado por ser.

Matheus ViannaMvChiev

14 comentários:

Anônimo disse...

Olá a todos,

Venho convidá-los para a exibição do curta-metragem Clemência dentro do Panorama Internacional Coisa de Cinema

Dia 20 de Março às 18hs

No Espaço Unibanco de Cinema Glauber Rocha
localizado na praça Castro Alves, Salvador-BA.

Adriana Godoy disse...

Luciano, tinha lido esse poema no Bragas. Muito bonito e rico em imagens. Matheus, se aí estivesse, iria com certeza. Beijo

Nanda Assis disse...

oi boa noite, gostei mesmo dos eu escrito.

bjosss...

Branca disse...

...hoje particularmente queria estar num lugar assim - sem limites, sem paredes, sem tempo...


Boa semana pra vc,
bjos!

Nanda Assis disse...

maneiro demais.

bjosss...

Luciano Fraga disse...

Vianna, estou tentando arrumar um jeito de comparecer, abraço.

Luciano Fraga disse...

Branca, sonhamos com isto, liberdade,obrigado, abraço.

Luciano Fraga disse...

Nanda, o Vianna preferiu chamar de farrapo, rapaz modesto, abraço.

Anônimo disse...

Fraga,

Certo de sua presença em carne ou não.
Como somos e seremos sempre matérias prontas para o abate. A necessidade física ocidental será ampliada a sensação da presença em outras estâncias. E pode ter certeza que por onde Clemência passar levará uma generosa pitada de sua nobre alma.

Em nome da equipe Clemência agradecemos por essa cortante história, revertida em curta metragem.

Atenciosamente,

Matheus Vianna
Roteirista, Montador e Produtor Executivo

Luciano Fraga disse...

Caro Vianna, agradeço sinceramente suas palavras, saiba que esta pobre carne está se organizando para comparecer, confirmarei posteriormente, abraço.

bat_thrash disse...

Excelente poema, e seu eu fosse baiana com certeza estaria prestigiando o Matheus.

Beijos.

Anônimo disse...

"esse farrapo reflexivo" tem muitos qualitativos imagéticos e um desfecho astrológicamente brutal.

Anônimo disse...

gracias.
avante!

Devir disse...

Chocante

Tanto como diante d'um espelho
encontrar seu espantalho
recentemente comprado nos bytes
sem fachadas, lâmpadas apagadas

Quanto filho de chocadeira vip
cujas asas já estão +q prateadas
embassando a visão do espantalho
igualmente chocado mas não pede

Clemência: jamais um substantivo
abstrato, o ato, a criação, rebento
o seu momento, mas sempre um plágio
dissimulado em sentimento de palha

e xeque mate.