PASSAGEM
A paisagem noturna
que mais temo,
são as trilhas sulcadas
pelas criaturas ferozes
que se refugiam
em urgentes desmaios...
Agora sou uma caça,
cristalizada
num jogo de gravuras
e meus olhos abatidos
pressentem o pequeno
intervalo de duração
entre a vida e a vinda
de uma bala
disparada
em minha direção.
Diante de meus algozes,
rumino hóstias
antes de transcender
minha existência de bicho...
Luciano Fraga
25 comentários:
Luciano, o seu poema transcendeu de uma forma bonita o meu corpo e a minha alma.
Bebi cada verso como um copo de cerveja gelada. Pô, isso mata:
Diante de meus algozes,
rumino hóstias
antes de transcender
minha existência de bicho...
Beijo.
seria interessante se viver do nosso trabalho, vc vem produzindo poesia profissionalmente mas tem que ser agronomo para pagar suas contas.
continuo com medo rs.
bjosss...
escrita por tuas mãos...ainda admirada com beleza e sensibilidade...
transcendente o sentir que emana do teu poema
beijos
Adriana, uma cerveja gelada sempre cai muito bem, beber versos, também,obrigado, abraço.
Pois é Braga,acho que nem sonhando, enquanto isso fazemos por puro prazer, abraço.
Nanda,"eu tenho medo e medo anda por fora, medo anda por dentro do meu coração, eu tenho medo de que chegue a hora...".Não precisa temer nada.Obrigado, abraço.
Zana, muito bom, obrigado, abraço.
Carla, esta é a missão, muito obrigado, abraço.
Giordano Diniz disse:
postei um comentário no blog do Ronaldo, acho que ele também cabe aqui;
O passado nos amedronta
porque somos covarde no presente.
Em quanto não colocarmos
nossa alma e o nosso mísero corpo
“prontos para o abate”
e não deixar de ter
medo da platéia faminta
não dormiremos o sono dos justos...
Com os olhos cheios de lágrimas
tento lembrar
da minha infancia/juventude na Paraíba.
Esse é um luxo que não posso ter!
Não lembro dos meus mestres
e já não tenho minha mãe para
me lembrar...
Meu grande amigo Giordano, realmente muito difícil o ato da exposição, requer coragem, os abutres estão por aí, assim como os vampiros.Cabe a cada um de nós ir exorcizando estas invisíveis(?) forças negativas que nos cercam.Rebusca na memória fatos passados, traga-os de volta e os encare de frente, tenho feito muito isso,como tem doído,mas passamos a vê-los de outra forma.Os bons mestres, e as nossas mães são insubstituíveis, mas nunca morrem...Grande abraço.
um poema feroz, sem dúvida.
parabéns
beijos!
"Diante de meus algozes,
rumino hóstias
antes de transcender
minha existência de bicho..." Diante de meus algozes,
rumino hóstias
antes de transcender
minha existência de bicho..."
Você saber dizer as coisas de forma única!!! Você(todos nós) sempre domando ou sendo domado por seus monstros.
os mesmos beijos ternos de sempre
Bonito poema...o medo está sempre presente, tirando nosso sossego, nossa paz, principalmente das pessoas que vivem em gdes centros.
bjos pra vc!
Camila, obrigado amiga.
Márcia, sua presença é fundamental, obrigado, abraço.
Branca, o medo maior limita.Obrigado.
existência essa como num conta gotas, esperando pelo vazio no frasco.
buenas!
É o cão danado solto nas ruas e acoado num beco escuro.
Buenas, isto mesmo, fobias...Abraço.
Bat_, nossas feras existenciais à solta, rosnando, perseguidas...Beijo.
"Rumino hóstias antes de entardecer minha existência de bicho...", isso é demais Dom Luciano, um puro achado! Parabéns pela bela poesia de sempre, abraço.
Zina,sua opinião é baliza e fortalecedora.Grande abraço.
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