sexta-feira, janeiro 09, 2009

Untitled-Basquiat-1984



QUASE



Pata-coice,
clitóris na língua,
gatilho no dedo,
desejo nas nuvens...
Gengiva no dente,
cabelo no pente
o pé na bunda.
A mesa posta
barriga vazia,
o grito nas cordas
o brinco na orelha
o gás na centelha
fechadura na porta.
A morte lhe agrada?
A guarda...
Igualdade na farda?
O sangue nas veias
a pele no osso,
a grana no bolso
o lábio na vulva
a boca na uva
o batom no espelho
a língua no umbigo
o beijo no aparelho...
Quase tudo que existe
no seu lugar certo e justo,
menos eu, menos eu.
E eu orgasmo com isso...



Luciano Fraga

13 comentários:

Fernando Serra disse...

Tudo no seu lugar...
E Somente o ser humano que não se enquadra...
Isso faz-me sentir em casa.
Muito em casa...
Ótimo poema.
Bem vívido e com sangue!

Adriana Godoy disse...

Adorei o ritmo, a idéia, a escolha das palavras. Genial. Beijo.

Branca disse...

Sugestivo... gostei muito!
bjo carinhoso,
Branca.

Ruela disse...

Gostei ;)


Essa pintura é uma das minhas preferidas do Basquiat!


Abraço.

Cosmunicando disse...

esse poema é redondo, rebola =)
muito bom.

Anônimo disse...

reorgasmo-me!



Abraços d´ASSIMETRIA DO PERFEITO

Rounds disse...

d. luchiano,

nosso fim de semana foi do caralho! poeia, cinema, música, alcool, grandes sacadas, ideias mirabolantes...

clemência promete... seu livro também.

buenas!

aquilária disse...

amigo,

estive afastada, durante alguns dias, da blogosfera e não regressei a tempo de lhe enviar parabéns.
aí vai, mesmo atrasado, um abraço grande, com braços de abraçar.

aquilária disse...

e aguardo a chegada do seu livro a portugal...

Anônimo disse...

fraga.
parabéns pelo lançamento, noite emocionante. o livro está muito bacana. parabéns ao ruela também belo trampo.

salve buenas.
realmente um fim de semana marcante e promissor. avante!

e por aqui,
palavras cortantes e bem regidas pelo d. fraga.

abraços,

matheus vianna

bat_thrash disse...

O ritmo desse poema é uma viagem.Somos párias mórbidos em nosso habitat.
Dark Kiss.

Anônimo disse...

párias essa é a palvra conceito que grita do poema e somos párias que ainda orgasma por ser pária.
é fraga somos felizes por perdermos pois perdendo não somos nada.
o ´poeta não deixa o boi comendo capim o obriga a comer frutas e ele não pode mais ruminar.
grande ´poema.

Luciano Fraga disse...

Caros amigos, agradeço coletivamente todos os comentários realizados, tenho andado sobrecarregado e não tive condições de responder individualmente como sempre faço, desculpem-me, grande abraço.