CERTO AR ESTRANHO
Respiro o intangível,
o abrangente e sacro
som do clarinete.
Respiro a especulação
o colapso, as anomalias...
Respiro a repugnância das decisões
dos dias e das noites nuas;
respiro a multiplicidade,
o desvio,o cintilar
hemorrágico da heroína...
Respiro a vigília,
a golfada débil da incerteza
do retorno de quem precisa ir.
Aspiro amenidades,
alívios passageiros;
vou de encontro ao sutil
no coração do cosmo
para respirar o último recurso
do amor que afundou...
Ah! Como queria respirar o ar
da intimidade da natureza pura,
a calmaria da alma madura
do nada de ser Um;
mas minha mente vadia
não silencia e não faz psiu...
Luciano Fraga
14 comentários:
Respiro a sua poesia e minha mente, embora vadia, torna-se melhor.
Mui belo seu poema. Beijo.
Ps: Obrigada por você me linkar.
caro fraga acabei de postar um poema que parece que é irmão desse seu poema.
estamos em algum lugar interligados.
Adriana, grato a você por nos proporcionar bons ares,com sua VOZ, beijo.
Braga, estamos na mesma levada, interconectados de toda forma, esta conexão é inevitável, grande abraço.
E o filme?
Luciano,
Obrigado por sua visita ao meu blog e pelo comentário. Estou gostando muito deste seu canto aqui. Seus poemas são fortes e contundentes, algo beat.
Também sou fã do Elomar, tenho todos os seus discos. Uma vez, em 96, passei por Conquista e estive com ele. Um homem com uma obra como a dele é quase que inconcebível. Fenomenal.
Estou te linkando
Um abraço,
Chico
Caro amigo Assis,Elomar realmente é único e mestre, lançou um livro há pouco,vejo que temos algo em comum, lógico, também estarei te linkando,grande abraço.
Luciano, a respiração éo ato fundamental da condição de estarmos vivos.E vc respira poesia meu velho. E minha alma tb não faz psiu.
Abração e força,
Dañiel
...Pô cumpadre,
muito bom tudo por aqui.
Densidade, velocidade
agilidade, coloquialidade
fazendo com que textos
grandes se tornem prazerosos
de se ler, cheios de armadilhas...
Vai ser um prazer te endereçar
no Balaio também e vamos batendo
essa bolinha...
aquele abraço
muito bom esse poema corrosivo. ácido ácido.
Como sempre,nessa regra não tem exceção, seus poemas são sempre porradas e me identifico com eles,o cintilar hemorrágico da heroína,belíssimo.
beijos ternos
Belo poema.
Gostaria de participar do Poema Dia?
Caro Barone, tenho interesse sim,preciso apenas conhecer o Poema Dia e suas regras, obrigado, abraço.
Muito bom Luciano, espero que esteja td bem por aí.
Abraço.
Parece que toda confusão mental está contida nesse poema.Uma busca, em aparência, interminável pela aproximação da natureza mais pura.
Além de me identificar com a temática dos poemas, admiro a maneira objetiva e contudente com que os versos abordam temas de natureza complexa.
Esse poema os remete"Variações de um cachorro velho", quando diz: "...tentando morder o rabo roído
em ciclos intermináveis
de renascer e morrer..."
Abraços,
Heraldo
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