segunda-feira, abril 28, 2008

Tela- Nelson M. Filho


AMÁLGAMA

Eu,
criatura alegórica,
agônico,
instrumento particular,
único
construído para honra e glória
da terra de ninguém,
emaranhado de fenômenos,
caricatura de querer
vontade perturbada,
recalcitrante,
reflexos emprestados,
ditame, entorno,
ao mesmo tempo
“mesclado e dividido”
parido nas condolências,
herói renegado...
Eu,
resultado da pura soma
da contemplação e negação,
afundo epicamente
nas coincidências...
Eu,
este ser dúbio,
rejeito qualquer forma
de amor razoável
e toda celebração de aparências,
porque mesmo sendo
um germe fatiado,
trago em mim
um princípio sistemático,
endêmico
de renascer sempre
na eclosão da essência...

Luciano Fraga

9 comentários:

anjobaldio disse...

Muito bom caro LF. E este rosto baldio aí em cima, hein?

Luciano Fraga disse...

Buenas,este rosto é por demais conhecido,é um daqueles caras,lembra?

cachorro rabugento morto em noite chuvosa disse...

Você tem visitado o cachorro?

Luciano Fraga disse...

Buenas,estou indo agora mesmo.

Polly disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ruela disse...

bela tela e poema a acompanhar,
abraço!

Luciano Fraga disse...

Ruela,valeu,obrigado cara.

Anônimo disse...

Grande poema.Descrição precisa sobre a intensa confusão e pertubação que nos conduz apenas a um "...amor razoável e a toda celebração des aperências...".
Abraços.

Luciano Fraga disse...

Valeu Heraldo,grande alegria com sua presença,saudades do amigo,abraço.