sexta-feira, janeiro 25, 2008



VÁCUO



" O que fariam as trevas

sem febres pra devorar."

S. Plath


Sinto como se algo de natureza
escorpiônica
agonizasse
dentro de mim.
Aciono o trenó
e desço desembestado
até o fundo
de minhas cordilheiras,
gelado,
tento vulcanizar
o oco
da hipotenusa
de minha musa
vida mó...
Volta e meia
vejo-me farpado
numa soberba
cruz
que sobrevive
às expensas
de uma paisagem
deserta;
quero muito entender
este sinal,
esta linguagem
incerta
que permeia
a grata alegria
de silêncio novo
e estilhaça
a inércia balsâmica
de meu habitat...
Hoje,
vejo escorpiões
em todos os lugares...


Luciano Fraga

Livremente inspirado em fotografia do artista Ruela.


3 comentários:

anjobaldio disse...

Grande poema inspirado num grande artista.

Ruela disse...

grande poema Luciano...fiquei arrepiado.
Bom trabalho.

Anônimo disse...

escorpiões por toda parte, tem muito de ruela, que tambem nos mostra escorpiões por toda arte.
ruela e luciano:
poesia e poesia.