DE SACO CHEIO
“... De tarde um dom de latas velhas
se atraca em meu olho...”M. de Barros
Tudo insosso,
no corpo
da casa 22.
Alforria sim
é poder
guiar o pêndulo,
a invisível roda
gigante
no instante mais abismal;
encontrar prantos,
pratos feitos
os sorrisos adornados
lampejos,
goles,
lábios para cruzar...
Quando zumbia a cautela
pelas frestas sinistras
das chaminés,
um velho resmungava
suplicando
de cócoras para ela
a galáxia
mais elevada:
salpica-me!
com a sorte,
traga-me pelos pés
a bebida,
o enxofre,
um convés,
uns trapos,
um barraco
em que possa enfiar
os meus restos
cozidos
antes que a morte
congele este traste
ou assopre nos ouvidos
uma melodia plena
de contrastes
com sotaque humanista
que nos faz repousar
coberto de moscas...
Luciano Fraga
Um comentário:
ESTAS "LATAS VELHAS" SEMPRE COMIGO AOS DOMINGOS.
Postar um comentário