CICATRIZ
Minha vida é feita de cacos velhos
que reconstruo pelos muros do meu quintal.
Paisagens e cinzas que ergo
quando a sombra da Norma lilás
cobre minhas lembranças na tarde sozinha.
Minha vida é feita de cacos velhos
entre cercanias de vizinhos curiosos
quando minha sogra louca
clama do tempo em exaustão.
Minha vida é feita de cacos velhos
que cortam a minha pele,
dilacera,
quando os manuseio,
em busca do inexistente sertão.
Minha vida é feita de cacos velhos
que reconstruo pelos muros do meu quintal.
Paisagens e cinzas que ergo
quando a sombra da Norma lilás
cobre minhas lembranças na tarde sozinha.
Minha vida é feita de cacos velhos
entre cercanias de vizinhos curiosos
quando minha sogra louca
clama do tempo em exaustão.
Minha vida é feita de cacos velhos
que cortam a minha pele,
dilacera,
quando os manuseio,
em busca do inexistente sertão.
Miguel Carneiro
Um comentário:
inexiste o sertão e existe o poeta do sertão.Miguel Carneiro em cada poema me surpreende como sempre me surpreendeu, seu poema é grito e antes é uma canção de amor à vida e o seu poema é tão bondoso quanto sua pessoa.Miguel é um presente nesses tempos de bois e vacas.
Postar um comentário