VAGO
Sempre fui um pequenino
fragmento,
temporal,
um angulo de visão
motivo de frustração,
fui indecifrável,
fraqueza inominável
o ápice dentro do rasteiro...
Fui alvo e mira,
o alívio;
fui escudeiro e rebento,
fui o entorno,
o enterro
no qual tudo gira,
fui à mesma viagem
inúmeras vezes,
fui até a esquina,
fui qualquer coisa que quiseres:
a doença
em cada gesto incurável,
fui ilógico, catastrófico,
blenorrágico...
Fui um esnobe desértico,
perpétuo,
sou o que ninguém é,
adivinha?
Sou um fundo de tela vazia
por onde um punhal perpassa
e rasga o nada
em cores ilegíveis...
Luciano Fraga
Um comentário:
artifícios, fogos... o amor nem sempre é fogo nem sempre é cinza. o poema seu sempre belo. beijo
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