segunda-feira, outubro 08, 2012


VAGO


Sempre fui um pequenino
fragmento, 
temporal,

um angulo de visão

motivo de frustração,
fui indecifrável,
fraqueza inominável
o ápice dentro do rasteiro...
Fui alvo e mira,
o alívio;
fui escudeiro e rebento,
fui o entorno, 
o enterro
no qual tudo gira,
fui à mesma viagem 
inúmeras vezes, 
fui até a esquina, 
fui qualquer coisa que quiseres:
a doença
em cada gesto incurável,
fui ilógico, catastrófico,
blenorrágico...
Fui um esnobe desértico,
perpétuo, 
sou o que ninguém é, 
adivinha?
Sou um fundo de tela vazia
por onde um punhal perpassa
e rasga o nada
em cores ilegíveis...



Luciano Fraga

Um comentário:

Adriana Godoy disse...

artifícios, fogos... o amor nem sempre é fogo nem sempre é cinza. o poema seu sempre belo. beijo