ELAS NÃO BATEM NA PORTA
Quem gostaria de ser
apanhado de surpresa?
Por onde andam as respostas...
Na última chuva, na próxima curva,
na flor que restou?
Onde nascem as perguntas.
Num silêncio iluminado,
na relutância do afogado?
Pra quem devo cantar, emitir os meus uivos,
aos deuses mais surdos,
aos loucos sublimados?
O que fazer nas caladas,
entregar-me aos desígnios?
O que esperar de você,
se até os cães abortam,
se os aplausos esgotam feito musgos
sob o sol do Saara,
amortalhados para sempre.
Vejo-me em apuros;
mas bancar seu aluguel
já é um outro tipo de conotação,
uma sedução camuflada, talvez...
Luciano Fraga
15 comentários:
Ei, Luciano!
Não sei se é real ou não...mas esse poema tão cotidiano, com as "surpresas" meio às avessas, elas não batem na porta, elas entram e invadem, depois te destroem, somem e ainda querem o dinheiro do aluguel...
Me lembrei da música do Chico:
"Trocando em miúdos pode guardar
as sobras de tudo que chamam lar
a sombra de amor nos nossos lençóis"...
Bonito seu poema, poeta, e sensível demais.
Beijo
Adriana, é um poema meio vivido, meio observado, você sabe bem como surgem as idéias... mas parece ser realmente cotidiano.Acho uma das coisas mais terríveis, ser apanhado de surpresa, muitas delas nos destroem mesmo e não há dinheiro que pague, mesmo. Bom é a paz! Abraço.
esse teu poema... tão meu... tem a cor dos meus últimos dias... me atravessou o peito, me assaltou... lindo, poeta!
Zana,muitas vezes o céu apresenta-se surpreendentemente escabroso em sua cor... por outro lado a vida pulsa num assombro de nocaute e desapontamento. Com surpresa veremos que tudo ficará bem, bem!Abraço.
As vezes Luciano,
A vida de todo ser humano tem curvas e estradas desse tipo,com varias "surpresas",principalmente aquel(e)as que não fixa num só lugar,vive de aventuras nas longas estradas,enfim...é assim que vejo ou
pelo menos,é o que tento.
PS: As maioria das pessoas só observam as cores do dia...Más 1 hora pode consistir em milhares de cores diferente.
Abraço, Ana.
Palavras profundas e ritimadas, Luciano, parabens!
poema educativo.
Ana, curvas e abismos,e as surpresas são arco íris... Abraço.
Zina, profundas como as águas do "velho Grima", grande abraço.
Braga,como as aulas da professora Petrina? Fui longe ...logo ali em nossa adolescência. Abraço.
AMEI, Luciano!
Sou vizinha da morte. À mim, não importa, mas espero que ela leve seu retrato.
Beijos, poeta!
Mirze
nossa,muito bom seus versos amei o livro "vaga lumes" vc é uma grande poeta,parabéns .bjssssss Daiane
Mirse amiga, ela mora ao lado, sempre, abração.
Daiane, que satisfação a sua presença neste espaço "Extra crachá",agradeço a atenção e o tempo dispensado para o livro, te espero de volta sempre, bj.
Real e surreal ao mesmo tempo.
Maravilha, como diria o velho Sobral...
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