sábado, fevereiro 20, 2010

Ruela-2010

PORTAIS URBANOS


Inquilino do sol,
não (o) quero só;
nem a sós,
espalho-me raios
entre jardins botânicos
e suspensos
sob fuligens e punhetas...
Onde moro,
entrementes obscuras
ampulhetas grávidas
germinam fetos efêmeros
por placentas carnívoras
de onde a ânsia arruinada
da vida emerge
em jorros de grãos
de pólen urbano...


Luciano Fraga

Dedico ao amigo Ruela.]

19 comentários:

Braga e Poesia disse...

É a vida gritando, abrindo e crescendo por todos os poros e nortes e lestes, é a vida ensaiando mortes em seus passos efemeros.
A vida fraga louca bela e pouca e tanta que traga em todas as fuligens e punhetas os sorrisos e as dores do poeta.
mais um...

Ruela disse...

Como deve ser...


Muito bom!



Grande Abraço.

Braga e Poesia disse...

ruela eu não tenho tido exito em comentar em seu blog, pode ser a minha pouca competencia em computador, ou meu proprio aparelho aproveito este espaço do fraga pra dizer que seu trabalho vem cada vez mais me estimulando e o fraga fez bem em lhe homenagear com uma poesia que tem muito haver com o espirito de sua obra,
uma palavra traduz seu trabalho: VIDA



ronaldo braga

Luciano Fraga disse...

Braga, é a vida que grita tentando fugir da mera superfície, da bestialidade que nos sufoca.Sempre me identifiquei com os trabalhos de Ruela e assim tocado, eles representam fontes inspiradoras,não foi por acaso que busquei sua valiosissíma parceria, abraço.

Unknown disse...

Olá Luciano,

Legal,sempre vc...lembra de um amigo.
Somos passionais,motivados por reações.
Cada passo precisa ser uma ação,
Conciente,atenta e lúcida...dia
após dia até que se tome hábto.
Um passo vacilante...e tudo se
modifica.

E assim,de vida em vida,um dia de cada vez,(rs)

Abçs a vc e seu amigo Ruela.


Ana Lgo.

Luciano Fraga disse...

Ruela amigo,espero que tenha ficado à altura, grande abraço.

Sueli Maia (Mai) disse...

Palavras que abrem e fecham como um portal de desejos. A composição com a imagem, foi perfeita.

Conhecí o trabalho do 'Ruela' no condado do Oliver (Guilherme) Pickwick.

Gostei de te achar!

Adriana Godoy disse...

"espalho-me raios
entre jardins botânicos
e suspensos"

Luciano, que pérolas esses versos.

Que poema mais vivo e intenso.

Parabéns a você,sempre pela boa poesia, e ao Ruela, por seu trabalho.

Beijo.

Zana Sampaio disse...

Bravo, poeta! Os portais urbanos são perigosos... calçá-los com versos é uma arte fantástica...

Abraço (a vc e ao inspirador Ruela!)

Luciano Fraga disse...

Mai,agradeço e é motivo de grande satisfação a sua visita.Ruela, indiscutivelmemte um maravilhoso artista, abraço.

Luciano Fraga disse...

Adriana, sempre de grande valor sua opinião e presença,vamos descerrando os olhos...Beijo poeta querida.

Luciano Fraga disse...

Zana,"Não tome cuidado.
Não tome cuidado comigo,
que eu não sou perigoso:
- Viver é que é o grande perigo..." Ruela é grandioso mesmo.Abraço.

Unknown disse...

"Nem à sós, espalho-me raios"

Maestria, hein Luciano!!!!
É isso, amigo e poeta!

Beijos

Mirse

Unknown disse...

Olá Lú,

PS: deixei comentário lá em cima Poeta.

Ana Lgo.

Luciano Fraga disse...

Ana, realmente havia lido seu comentário(acima) e por uma falha não postei coment.Mas o tempo é assim invisível,transparente e se vacilarmos passa sem que sequer tiremos qualquer proveito, abraço.

Luciano Fraga disse...

Mirse, muito obrigado,pela presença e comentários sempre valorosos e incentivadores, abraço amiga.

Sueli Maia (Mai) disse...

s e m e n t e s poéticas, Luciano.
Princípio de tudo - entrementes, das nossas rurais urbanidades.

Voltei prá não esquecer de lembrar.
Este poema é intensamente belo.
Um bigbang, silêncio que precede o esporro.

Abraços e obrigada pelo comentário.

Boa semana!

Luciano Fraga disse...

Mai, seu comentário é um clássico! "Rurais urbanidades", fantástico, grande abraço.

Devir disse...

Por que assim este sim?

A náusea brota no asfalto
solitária
alguns instantes
caminhões atropelam
antes, bem antes
de sequer um esbirro
a lutar pelas sementes

Drummond gritou: Cuidado
(poema de 1918)

E segue o "esporro"
A poesia precisa florar
contra tudo, todas as rodas
deste caminhão de bobagens

Abarroado de barro
ainda a se transformar
transformando o tempo
humano, ou a idéia deste