Amantes díspares,
estes espíritos remissíveis
que sitiam inimigos,
que passam pelo crivo
e pelo dom do rancor
sem arranhões.
Instintos flambados,
estes dos abutres,
reclamam de tudo,
desde sexo e suas proezas,
até as purezas incontidas.
O próximo.
Ah! O próximo,
anda tão distante
de um sonho inacabado...
Na verdade,
não dou guarida
as mentiras que progridem
no vértice dos lamentos.
Sou manipulador de fórmulas
e corrosivos,
Uso lentes de aumento
e explosivos
para subir de grau em grau
até espargir paixão
e odores de amor,
até afundar no mar
todas as horas...
Uso e abuso de munição
exata,
sem quaisquer lenitivos
ou aperitivo adocicado
que faça adormecer
a dor
sem quaisquer lenitivos
ou aperitivo adocicado
que faça adormecer
a dor
que enfeita com avencas
o bolo de minhas verdades
descartáveis,
o bolo de minhas verdades
descartáveis,
descartável...
Luciano Fraga
12 comentários:
Luciano, as verdades não são descartáveis. Seus poemas fermentam e adocicam a alma com avencas e lírios. Arrasou, mestre, arrasou sutilmente como o andar de um tigre no momento da caça. De matar. Beijos.
Muito bom. como sempre, aliás.
abraço
a verdade é a maior mentira que existe.
a quem ela a verdade serve. a quem manipula bem as palavras pois até a morte é descartavel.
um poema para pensar e saber que pensar já é o impensavel, senão repetimos discursos e acreditamos que estamos pensando. Então ou pensamos o impensavel ou somos bestas rindo e se achando o sabido.
fraga na mosca pois vivemos um tempo em que as péssoas temem seus proprios pensamentos.
Conhaque forte, e o bardito gosta!
Forte e belo como é de sua característica.
A munição exata, merece um lenitivo leve, ou na mesma medida!
Grande Luciano!
Beijos, amigo!
Mirse
Adriana,independentemente da verdade maior, absoluta, se é que esta existe, mas no dia a dia tá muito difícil sabermos quem fala ou não a verdade e onde encontrá-la,aquele abraço.
Daniel, caro amigo, sempre relevante sua opinião, abraço.
Braga, em tempos de banalização e modismos, os pensamentos caminham velozes e perdem-se ao largo,precisamos reduzir essa velocidade e prestarmos realmente atenção aquilo que merece ser pensado e então pensar, forte abraço.
Bardo amigo, gostei da bela tirada(bardito dito gosta), mas o conhaque o mar-dito aqui gosta também(rs), abraço.
Mirse, obrigado pela presença e apoio sempre, grande abraço.
...saraivadas
de balas pro ar
saravá!!!
aquele abraço,
cumpadre
este poema é altamente ácido... e queima, queima a pele e a retina da dor e da eternidade... muito bom!
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