OS LOBOS E A LIBÍDO
Ah! Se um arco íris indomável
engolisse-me
com sua nódoa,
com seus pássaros
pra me cuspir matizes...
O meu bazar de intenções
é um nevoeiro nauseabundo.
Sob as teclas do meu piano
o hálito de uma ópera
exala orvalhos de retomadas
como flor de porcelana quebrada
nos jardins dos cárceres.
É certa a queda,
nesta barbárie vitrificada
tudo pode ser desejo,
ventura,
mandamento de rua
ou crises de lua...
Vindo de fora,
algo perpassa meu repouso
de homem destemido
e fere meus dotes
góticos.
Tento escapar
de um eminente azar
que minha alma desmente
com todas as cores...
Será que você sabe
o que é ter os olhos
devorados pelos pássaros de Alfred?
Luciano Fraga
Dedico este poema com agradecimento especial aos amigos Zana Sampaio e Daniel Mendes.
TEXTO POSTADO NA EDITORIA "CUBO MÁGICO" DO SITE DA REVISTA LUPA DA FACOM/UFBA.
24 comentários:
E o cinema ainda rende bons versos, salve um dos maiores mestres do cinema (não apenas do suspense).
Obrigado poeta, por teus versos, por tuas matizes versadas por cores ímpares, tua inspiração que me devora os olhos. Bravo!!!Mereces todas as palmas!
Ei, Luciano, fico feliz que tenha voltado. Aospoucos, a gente vai se acostumando...
Quanto a esse poema, é uma maravilha. Os pássaros aparecem e às vezes arrancam a nossa alma. Os lobos uivam e você poetiza. Grande volta, poeta. Um beijo.
Belíssimo poema!
Adoro Alfred! Mas não sei se deixaria!
Um poema cheio de devaneios, sons e cores.
Encantador!
Parabéns, Luciano!
Beijos
Mirse
Herculano amigo, o cinema é poesia em movimento, abraço.
Zana,obrigado pela atençaõ,mais que tudo você(s) merece(m) nosso carinho e toda estima, falando em devorar, lembrei-me de Sueli Costa: "só uma palavra me devora, aquela que meu coração não diz...", abraço.
Adriana querida, você faz parte do contexto dos meus bons e poucos amigos, aliás palavra rara que necessita de critérios extremos para pronunciarmos, não é mesmo? grato pela sua atenção, beijo amiga.
Volta triunfante, caro amigo!
Se não conheço sua pessoa
não conheço as pessoas de sua família
não conheço as pessoas de seus amigos
não conheço as pessoas de suas amigas
não conheço sequer minha pessoa
e as pessoas que me perfazem
de quantas cores preciso para viver
se para essa vida no meu findar
só me restar o dourado?
Sempre
Eu li comment seu lá na vidanãovale
um conto
e eu acho que já fiz demais.
Balas de festim, ninguem entendeu
e eu também sigo assim
pássaro voando
no ar, bem longe deste chão
de balão, monitor e satélites
da vida privada
onde todos jogam suas sujeiras
e os verdadeiros NO CARATER
dão descarga
perdoem-me companhia sem lobos
nem libídos
não pagar mais pelo tempo de voces
perdido
e relaxe, Luciano Fraga
é-me impossível ficar magoado
lembra quando notei semelhança
entre voce e um tal meu irmão
então, ele também não se magoa
são sangue demasiadamente covardes
ele entra no meu olhar
do mesmo jeito, sempre
mas, pelo menos possui
inquestionável motivo
e me perdoe
quebrar o respeito
à sua convalescência
não vou pecar, feito Judas
nem tampouco feito Pedro
pela terceira vez
par hazard...
sherazade e seus equívocos...
Amiga Mirse, acho que você poderia deixar, são apenas as imagens do grande A.H. que realmente são fantásticas e arrebatadoras, muito obrigado pela sua atenção, grande abraço.
Caro amigo Devir, gostei do TRIUNFANTE! Senti-me um guerreiro romano retornando da batalha coroado e ferido, mas que defendeu com todas as unhas e visceras a manutenção do império e do seu deus(rs), você é sempre surpreendente e implacável, é sempre bom a solitude, mas é belo a companhia de pessoas com dimensões próximas, contrárias e complementares.Existem aqueles que passam de luz em luz, outros de escuridão em escuridão, da luz para a escuridão e vice versa, são os mais ou menos intensos, são os matizes, são as mortes por balas de festim, mas se morrer dourado, garanto-lhes que não roubarei todo ouro como fizeram com nossos índios, o máximo que farei é chamar o teu nome e não será em vão.Uma das dimensõe do amor humano considera o outro como um igual, portanto dá liberdade, não tenho que lhe perdoar, somos amigos meu mestre, para a honra e glória desse pobre guerreiro sem armaduras, forte abraço.
Bardo amigo, verdade, com nossos equívocos aprendemos, corrigimos e passamos a cometer outros,para nossa sorte /azar, abraço.
"Será que você sabe
o que é ter os olhos
devorados pelos pássaros de Alfred?"
só digo que voltou melhor do que nunca, esse filme é maravilhoso e seu diálogo com ele divino. Te admiro!!!!!
beijos ternos
Apezar dos tombos que a vida dà,você "SUPERA SEMPRE".
Que bom que estar de volta!!!
Arco ìris indomàvel...
O cèu pincelado de cor,
Capaz de proporcionar um sorriso
num rosto desolado,colorindo por
momentos um dia de horror...
Vivido por alguem com o coração amargurado.
Perante tal cenàrio,tudo è possivel imaginar a alegria e a beleza das cores...
Fazem os pàssaros alegrimente à sua
volta voar...
È capaz de fazer esquecer qual quer
dor...mesmo que seja por um breve momento...
Na natureza nada se perde,nada se cria,tudo se trasforma!!!
Abraçoss.
Ana Lgo
Fantástico!
Espero que a cirurgia tenha corrido bem, tudo de bom para voce.
Grande abraço.
Márcia,sua presença sempre proporcionando estímulo, afinal o incentivo de uma escritora do seu nível vale por mil.Dialogar com os pássaros, como o fez A.H, tinha que ser um gênio mesmo, obrigado, beijo terno.
Ana, é assim que a vida caminha, dando, tomando de volta e desta forma vamos queimando os últimos cartuchos,decrepitude é o desfecho, obrigado, abraço.
Ruela amigo,correu tudo bem , estou aos poucos retornando, obrigado pela atenção, abraço.
Beleza, Luciano! Abraço!
caro fraga a sua poesia firme nos remete para a insustentabilidade emocional de uma forma de se viver e ao encerrar o poema com uma pergunta nasce uma outra-
é inteligente manter o nosso padrão de vida?
caro fraga assistir um filme que trata do poder do monetarismo na nossa vida.
e esse poema trata disso de status de manuntenção do nada para o nada que nem sabemos se é mesmo o nada. é isso fraga o que eu penso.
luciano,sempre, surpreendente com sua linguagem especial. não que seja difícil entendê-la,mas é uma explosão de sentimentos peculiares ,pessoais,sensíveis ao extremo.bela escrita!belas reflexões!
quanto a volta saudável, ao convívio de todos...é muito bom!
torço por você.
dei uma olhada, lá no lupa,muito legal .
imagina! ... sou casada com um engenheiro agrônomo gaúcho!
abrç
luciano...continue melhorando
taniamariza
Braga, grande visão, milhares de meios a nos massificar e esmagar que sentimos vontade de fechar os olhos ou deixar que sejam devorados pelos pássaros, abraço.
Amiga Tania, só resta-me agradecer toda sua atenção por tudo, sua visita é valiosissima e uma força "Verde" para seguirmos em frente.Saudações agronômicas e poéticas para o maridão, muito obrigado.
P.S. Estou ligado no blog.
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