LADRILHOS
Existo?
Diga-me as causas,
as fraudes, os nadas,o mel...
Dissabores impressos
em seus traços desfeitos
em seus mosaicos encobertos.
Xales e mantos escondem
as cicatrizes envernizadas
dos altos e baixos
sobre o lodo desértico
da carne embotada
velada na véspera
pelo pudor
do faro imaculado
dos frutos maduros...
Ah, estes soluços que habitam
teus olhos exilados...
O bronze acre
dos teus lábios escarlates
dilacera e seduz
o que espera
pelo sabor amargo
da vida mofada
do amor crispado
varado e embrutecido
pelo som da melodia
que nunca mais tocará...
Luciano Fraga
10 comentários:
Belo Poema, Luciano! O interessante é que na leitura dele, eu escutava os acordes mágicos e dissonantes de Ian. Pode daí surgir uma nova parceria. Abraço, poeta!
Zina, são mensagens telepáticas ligadas ao fenômeno poesia. Preciso ouvir a versão de Malditos,abraço.
Sobral,mais um poema de extrema beleza...Dissabores,melodias que não mais tocará,muito bom.
Poema musicamente belo!
Beijos.
A sua poesia marca territórios:artaud definiu como crueldadae essa marcação de territórios, e cueldade como enfrentamento e barreira ao cristianismo.
Ronaldo,tento fazer da minha poesia uma forma de combate à tudo que representa fachadas, poses, hipocrisias e que por absoluta falta de metodos, não ilumina,não salva, apenas limita.
Adorei Luciano,gosto do seu jeito agressivo de escrever,identifico-me com ele:"Xales e mantos escondem
as cicatrizes envernizadas
dos altos e baixos
sobre o lodo desértico
da carne embotada.."
Lindo!
Beijos
Marcia
Márcia, obrigado. Partindo de alguém competente e talentosa quanto você,o que dizer...
Meu amigo Luciando estou aqui te pedindo permissão para tentar tocar essa maravilhosa joia de Poema,tentarei com todo o carinho harmonizar,prometo, pois seus versos complexos vem munido de extrema beleza.
IAN FERREIRA
Ian, às ordens amigo. Artistas e músicos do seu quilate,junto com nosso Zinaldo é uma honra,sem nenhuma sombra de dúvida. Tomaremos outro vinho em breve para que possa escutar os Malditos,grande abraço.
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