sábado, abril 19, 2008

CONTRADITÓRIO


Na estreiteza da consciência,
um véu,
a correnteza,
o blecaute,
os punhos cerrados sobre a mesa,
a última cartada,
a frieza,
o nocaute no olhar atônito
do pupilo impertinente,
o sêmem sujo,
a pupila avermelhada:
não é nada disso ou daquilo
que você pensa,
quem garante que vai chover?
Rechaço,
como um ator de Ésquilo,
uma punhalada,
piedade, purgação, catarse,
uma gargalhada cínica
sobre um prato de comida
amaldiçoada,
pode ser tudo ou nada,
depende da perspectiva da olhada,
no seio da encruzilhada,
sou a fome,
que não tem nome
no caco de vidro ,
na mão do menino,
no sinal fechado...

Luciano Fraga





Um comentário:

Anônimo disse...

olhos atentos
um no outro
frieza
firmeza.
um poema certeiro.
um orgulhoso.

ronaldo braga