domingo, março 02, 2008


Meus atuais companheiros de moradia, Ernesto e cia- Foto-Luciano Jr.



OLHOS DE CIPRIÃO



Emergir com um grunhido
alado,
contracenando com felinos...
As nuvens:
eram telhados.
O cenário:
um trem descarrilado
na estação de um inferno
esquecido.
Um arco vertical-mente
esticado
apontava meu coração
combalido.
Sei,
trovões
tem-me ameaçado
vindos de fora,
bem de longe,
e de modo alternado,
o que não sei é...
O que me tem acontecido
para me deixar tão espremido?
Talvez seja a melodia
de um fado,
ou um enfado
por me sentir cercado
pelos que devem ter perdido
o censo
do que é ser
um amigo...
Prossigo quebrando pedras,
sob uma intensa neblina,
a cara,
enfiada numa latrina,
na garganta,
um brado:
o que Eu camundongo
espero
das garras de uma rapina!



Luciano Fraga


3 comentários:

Anônimo disse...

UM GRITO DECEPÇÃO,
UMA SETA ENVENENADA
QUE MOVE-MORRE NO TRASLADO,
UMA
DUAS,
E MUITAS
E UNICA
DOR JÁ SENTIDA.
UM CAOS NO CÉU DESMORONADO.
RONALDO BRAGA

Ruela disse...

Gostei muito deste poema.

abraço.

cachorro rabugento morto em noite chuvosa disse...

Nas garras cegas e secas da rapina vamos teimosamente resistindo.