sábado, janeiro 05, 2008

BREVE RECADO A UM AMOR LONGÍNQUO





Relembre-me, por favor,
Que eu lhe peço de coração
Encharcado de candura...
Quem usurpou nossa ternura?
Em que vão da casa escura
Encontra-se aquele amor que tanto procuras?
Ficou por um acaso no quarto entre os lençóis
Manchados com o almíscar de nossos desejos
A nossa doçura?
Noite de lua branca na Baía de Todos os Santos
E meu amor zanzando no mundo
Com suas pernas roliças e seu olhar de brancura
Reviro meu leito nessa busca insegura
E neste silêncio de cachorros latindo no breu
Pássaros noturnos voando sobre meu lar
Meu amor agora não está
Desacostumei-me de dormir só
Relembre-me meu amor
Que o momento é de pura fissura...



Miguel Carnero


2 comentários:

Luciano Fraga disse...

Bateu a saudade no peito do "velho" poeta Miguel,beleza!

Anônimo disse...

Luciano,
Poeta Amigo!
Vôcê sempre generoso em seus breves comentários...
Um ano de BRISA para ti que ele sopre por teus caminhos sem tu encontrar alguma pedra pela trilha.
Meu abraço,
Miguel.