RETÓRICAS
Obeso e emburrado,
manipulei o encontro
com a palavra:
o poeta
movido pelo desejo
maltrapilho
de versar...
Ela (a palavra)
exigiu absurdos,
determinou dia,rima
e o lugar:
a metáfora.
Eu rimava e remava
na pesca da palavra
adequada.
Meu epigrama
enfraquecia
à medida que inventava
certas palavras
para florear...
Ela escutava calada
e calada partiu
como sílaba separada
no final,
nada pude fazer
para desfrutar
da sua maldita carne
malversada,
quando uma palavra
liberta...
Luciano Fraga
3 comentários:
Puta-maldita-carne-buenas!
Forte poema...muito bom.
Palavra-navalha.
Poema-cicatriz.
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