quinta-feira, dezembro 06, 2007

RETÓRICAS

Obeso e emburrado,

manipulei o encontro

com a palavra:

o poeta

movido pelo desejo

maltrapilho

de versar...

Ela (a palavra)

exigiu absurdos,

determinou dia,rima

e o lugar:

a metáfora.

Eu rimava e remava

na pesca da palavra

adequada.

Meu epigrama

enfraquecia

à medida que inventava

certas palavras

para florear...

Ela escutava calada

e calada partiu

como sílaba separada

no final,

nada pude fazer

para desfrutar

da sua maldita carne

malversada,

quando uma palavra

liberta...

Luciano Fraga


3 comentários:

anjobaldio disse...

Puta-maldita-carne-buenas!

Ruela disse...

Forte poema...muito bom.

cafundó disse...

Palavra-navalha.
Poema-cicatriz.