domingo, novembro 18, 2007

CADOZ

“... enfim, voltando à insignificância com reconhecimento.”

C. Lispector

Despertei atônito,
peixe elétrico
fisgado
na alcova
as barbatanas
soltando pela guelra
bélicos fantasmas
em asas de andorinhas...
Minhas crias gemiam tanto,
nem ventava,
não fazia muito frio,
mas, tremiam,tremiam;
no temporal
sem mãe...
O amor não passa de biscate,
demasiado abstrato!
Nem a doce morfina
ou o calor da parafina
detiveram
a voraz agonia
de paladar desenfreado.
Minhas fugas,
tornaram-se tardias
assim,
dores acrobáticas
assumiam maduras
meu coração alugado.
Ao final de cada dia,
quando a bebida subia
e a neblina cerrava,
um barco triste partia
levando as redes
e a saga
de sofisticado costume:
encontrei-me peixe!
fora do cardume
olhando a cara do mundo
pelos vidros
do aquário...

Luciano Fraga

4 comentários:

anjobaldio disse...

É Buenas, como diz o Lirinha, "o amor é filme". Belo poema.

Anônimo disse...

Luciano,nestes tempos conturbados, concordo contigo:o amor é "bico"!

Rounds disse...

buenas, tá na hora de sair o livro. tô apostando! abs

Anônimo disse...

Dom Tarcisio "London-London",obrigado pela força,estamos amadurecendo a idéia,abração,buenas.