17 de Julho
Entre árvores velhas,
alheias,
em meio às folhas mortas,
ao vento,
caminho lento,
para esmaecer o furor,
do obstinado desalento,
da fragrância que exala,
com a tristeza que se esmera.
Eu sufoco com silêncio,
a saudade que encalha,
incisiva,
mastiga
os dias
cariados da cidade,
com a insolvência desta vida.
Suas dores tortas,
suas pernas latentes,
as sirenes incertas,
as crianças doentes...
A morte une.
O tempo colhe,
esfola, desespera,
agasalha.
As pedras choram,
a lápide espera,
imóvel,
o ser que dorme,
terrivelmente pálido,
entre cravos e bromélias.
A terra tem pressa,
fria e soturna,
ignora,
o lamento que ecoa,
a lágrima que orvalha
clara,
espreitando a face
de quem nunca esquece...
Réquiem para Sr. Fraga.(meu pai, falecido nesta data)
4 comentários:
Ronaldo,você lembra que sr. Fraga leu seu primeiro conto?
Belo poema Buenas LF. A beleza sempre foi trágica.
claro que lembro de todo incetivo do seu pai, uma figura inesquecivel, seu Fraga era um homem preocupado com o mundo ao seu redor e um humanista.
escrevi uma palavra errada aí no comentário de cima
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